Zelensky pede a líderes europeus que "permaneçam firmes" contra Putin
Volodymyr Zelensky pediu aos europeus na quinta-feira (20) que permaneçam firmes contra o presidente russo Vladimir Putin, antes que os Estados Unidos iniciem negociações simultâneas com Moscou e Kiev visando uma trégua limitada.
"Eu entendo desta forma: haverá uma reunião entre a Ucrânia e os Estados Unidos, e então nossos parceiros americanos nos disseram que haverá (...) uma reunião entre os Estados Unidos e a Rússia", disse o presidente Volodymyr Zelensky em uma entrevista coletiva em Oslo, na Noruega, sobre suas expectativas sobre a negociação anunciada mais cedo por Moscou com os Estados Unidos, na Arábia Saudita, na segunda-feira (24).
Enquanto isso, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer garantiu na quinta-feira que os planos para proteger um possível cessar-fogo na Ucrânia estavam "tomando forma", após uma reunião em Londres entre os chefes de gabinete de "mais de 25 países".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer garantir uma trégua geral de 30 dias como pré-requisito para as negociações para encerrar a guerra.
Sob pressão de Washington, Kiev disse que era a favor do cessar-fogo, mas Vladimir Putin informou ao presidente americano que só estava disposto a aceitar uma moratória de um mês em ataques contra instalações de energia.
Ataques russos
Apesar dessas promessas, "nada mudou", declarou Zelensky na quinta-feira em uma mensagem de vídeo transmitida em Bruxelas aos líderes dos 27 países da União Europeia, reunidos em uma cúpula.
Na noite de quarta-feira, a Rússia lançou um "ataque massivo com drones, 171 no total", e seu alvo era "nossa infraestrutura", afirmou o presidente ucraniano, um dia após realizar um telefonema com o presidente Donald Trump, que considerou positivo.
Vladimir Putin deve acabar com suas exigências "inúteis", que só prolongam a guerra, acrescentou. Moscou exigiu o fim total do apoio militar ocidental à Ucrânia e rejeitou a ideia da presença de tropas estrangeiras no país como parte de um acordo de cessar-fogo.
Diante da intransigência russa, o presidente ucraniano também pediu aos seus aliados europeus que mantenham as sanções contra Moscou, "até o início da retirada russa do nosso território". "É essencial que seu apoio à Ucrânia não diminua, mas que continue e aumente. Isto é particularmente verdadeiro para a defesa aérea."
Ele também pediu na quinta-feira que o bloco aprovasse um plano apresentado pela chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, para fornecer a Kiev cerca de dois milhões de projéteis, graças a um pacote de ajuda financeira de € 5 bilhões. Eles disseram que estavam prontos para contribuir, mas sem se comprometer com um valor específico neste momento.
(Com AFP)