UpBus processa Prefeitura de SP após acusação de elo com PCC
A empresa de ônibus UpBus entrou com uma ação na Justiça contra a Prefeitura de São Paulo, questionando a intervenção em suas operações. A medida foi tomada após a empresa ser acusada de ter vínculos com o PCC (Primeiro Comando da Capital).
O que aconteceu
A UpBus foi alvo de uma intervenção da Prefeitura de São Paulo em abril de 2024, após uma investigação do Ministério Público apontar supostos vínculos da empresa com o PCC. A operação "Fim da Linha" identificou que a UpBus teria sido criada para lavar dinheiro da facção criminosa, obtido com tráfico de drogas e outros crimes.
Na ação judicial, a empresa argumenta que a intervenção deveria ter durado no máximo 180 dias, prazo que foi ultrapassado. A UpBus pede a restituição das linhas operadas na zona leste da cidade e alega ilegalidade na prorrogação da medida.
A intervenção deveria ter terminado em 6 de novembro de 2024, mas sofreu sucessivas e indevidas prorrogações UpBus
O UOL entrou em contato com a UpBus, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) criticou a ação judicial da UpBus, afirmando que a empresa "não serve para caso a empresa insista no caminho judicial, a Prefeitura pode decretar a caducidade do contrato e realizar uma nova licitação.
Essa é uma empresa que, do nosso ponto de vista, não serve para continuar no serviço de transporte da cidade de São Paulo Nunes.
Caso completo
A UpBus opera 13 linhas de ônibus na zona leste de São Paulo, transportando cerca de 70 mil passageiros por dia. A empresa, juntamente com a Transwolff — também acusada de ligação com o PCC —, foi submetida à intervenção da Prefeitura após a operação do Ministério Público.
Em janeiro de 2025, a Prefeitura anunciou o rompimento dos contratos com a UpBus e a Transwolff, iniciando um processo de transição para novas empresas. A Alfa RodoBus deve assumir as linhas da UpBus, enquanto a Sancetur ficará responsável pelas operações da Transwolff.
Confira a fala completa do prefeito Ricardo Nunes:
Tivemos um prazo para a Upbus apresentar a empresa para que ela possa ser adquirida. Ela apresentou. Eu tinha dado o prazo até às 17 horas. Eles apresentaram às 16 horas e 50 minutos, algo assim. Eles apresentaram. Portanto, então, inclusive, com esse documento que eles nos enviaram, concordando com os critérios colocados pela Prefeitura de São Paulo. Agora, lógico, é um direito deles querer argumentar juridicamente, fazer alguma manobra, mas, da nossa parte, continua a mesma coisa. Essa é uma empresa que, do nosso ponto de vista, não serve para continuar no serviço de transporte da cidade de São Paulo, como não serve para ficar na Transwolf. E qualquer uma outra empresa que a gente avalie que não tenha condições de prestar um bom serviço, a gente vai substituir. Então, se eles declinarem, de ter a venda da empresa para outra empresa que a gente entende como empresa razoável e que tenha condições de tocar, a gente vai tocar esse processo. Se eles continuarem insistindo com a ação judicial, eu decreto a caducidade. Eles estão fora do sistema de uma forma rápida, objetiva, que é um decreto meu e eu faço uma licitação.