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UE adia retaliação contra tarifas dos EUA para meados de abril

20/03/2025 08h42

Por Philip Blenkinsop

BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia adiou suas primeiras medidas retaliatórias contra os Estados Unidos pelas tarifas sobre metais do presidente Donald Trump até meados de abril, permitindo que o bloco reflita sobre quais produtos norte-americanos seriam atingidos e oferecendo semanas extras para negociações.

A Comissão Europeia propôs a reimposição de tarifas sobre 4,5 bilhões de euros de produtos norte-americanos em 1º de abril, seguida pela imposição de sobretaxas contra outros 18 bilhões de euros de produtos dos EUA em 13 de abril.

"Agora estamos considerando alinhar o cronograma dos dois conjuntos de contramedidas da UE para que possamos consultar os Estados membros sobre as duas listas simultaneamente, e isso também nos daria mais tempo para as negociações com nossos parceiros norte-americanos", disse o comissário europeu de comércio, Maros Sefcovic, em audiência no Parlamento Europeu.

A comissão confirmou posteriormente que todas as contramedidas da UE entrarão em vigor em meados de abril.

O primeiro conjunto de contramedidas da UE inclui a aplicação de uma tarifa de 50% sobre o bourbon dos EUA. Trump ameaçou impor uma tarifa de 200% sobre todos os vinhos e outros produtos alcoólicos provenientes da UE se o bloco fosse adiante com essa medida.

O governo Trump também está planejando outras tarifas para 2 de abril.

Sefcovic indicou que, até o momento, fez progressos limitados com as autoridades dos EUA nas negociações, como em sua proposta de discutir a redução das tarifas de importação de produtos industriais.

"Não creio que o pensamento dos EUA esteja nessa direção", disse ele, acrescentando que sua prioridade parece ser atrair investimentos e reindustrializar.

"E atualmente eles acreditam que a melhor maneira de fazer isso é por meio da política tarifária. Espero que um dia cheguemos a essa discussão, mas, no momento, claramente não estamos lá", disse ele.

O adiamento das contramedidas poderia permitir algum ajuste nos produtos norte-americanos visados.

O primeiro-ministro da França, François Bayrou, disse no domingo que a UE provavelmente estava equivocada ao visar o uísque norte-americano, enquanto a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, advertiu os parceiros da UE na terça-feira contra a escalada da disputa comercial com os EUA.

"Não tenho certeza de que responder às tarifas com mais tarifas seja necessariamente um bom negócio", disse Meloni, que é próxima de Trump.

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