PF rebate X e diz que empresa permite lives de bolsonaristas bloqueados

A Polícia Federal afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o X permitiu a realização de lives e até a monetização de contas dos bolsonaristas Allan dos Santos, Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino, que foram bloqueadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
O que aconteceu
A PF rebate o X sobre bloqueios de perfis. Relatório enviado no último dia 13 detalha em 44 páginas o processo de checagem e monitoramento que os investigadores fizeram sobre contas que estão bloqueadas judicialmente. O documento foi anexado ao inquérito aberto por Moraes no STF para investigar se o dono da empresa, Elon Musk, teria atuado para permitir o drible dos bloqueios judiciais de contas da rede social no Brasil.
A PF aponta lives de bloqueados no próprio X. No documento, os investigadores rebatem as "falhas técnicas" que teriam permitido que transmissões fossem vistas pelo aplicativo de celular e que as lives estariam sendo realizadas fora da plataforma. A PF apontou que, diferentemente do afirmado pela empresa, houve realização de lives no próprio X e outras funcionalidades das contas ainda estavam liberadas.
Blogueiro tem postagens acessíveis e possibilidade de apoiá-lo com bitcoins. Em relação à conta de Allan dos Santos, a PF identificou que ainda é possível ver postagens dele, o que está proibido pelo STF.
Com base nas informações apresentadas, foi possível evidenciar que a plataforma X permitiu a realização de transmissão ao vivo por meio da própria plataforma dos perfis com bloqueio judicial no Brasil: @tercalivre e @Rconstantino. Além disso, durante novas diligências realizadas por esses signatários, após determinação da autoridade policial, foi possível identificar que, ao acessar os perfis @tercalivre, @Rconstantino @realpfigueiredo e @allanldsantos, via navegador (desktop), são exibidas algumas informações adicionais destas contas.
Ao invés de apenas ser exibida a mensagem indicando que a conta está retida, os perfis exibem alguns botões e informações que permitem, no Brasil, sem uso de VPN, aos usuários financiarem / apoiarem essas contas por meio da assinatura da plataforma X e, no caso de ALLAN LOPES DOS SANTOS, o fornecimento de um endereço para o recebimento de valores em BITCOIN.
Policia Federal em relatório encaminhado ao STF em 13 de março
X falou em 'falhas técnicas'
A empresa negou ter ajudado perfis bloqueados. Antes de pedir a perícia da PF, Moraes cobrou explicações do X no Brasil, uma vez que as atividades dos perfis bloqueados haviam sido mapeadas pela Polícia Federal. Em abril do ano passado, a companhia negou ao Supremo que tenha atuado para ajudar perfis bolsonaristas a driblar o bloqueio determinado por Moraes.
Moraes vinha cobrando a perícia da PF sobre as explicações do X desde setembro do ano passado. Ele chegou a reiterar a ordem e somente neste mês a corporação enviou sua análise sobre as explicações dadas pela plataforma. Relatório foi encaminhado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que deve se manifestar sobre o que foi identificado pela PF e pode pedir novas medidas em relação à plataforma.