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Gisèle Pelicot, dopada pelo marido para ser estuprada por outros homens, vai publicar livro de memórias

20/03/2025 16h49

O livro, que será publicado em 21 idiomas, tem previsão para ser lançado em janeiro de 2026 e o título provisório é "Um hino à vida", anunciou ao jornal The Guardian, na quinta-feira (20).

Depois de contar sua história aos tribunais e enfrentar dezenas de homens que a estupraram, Gisèle Pelicot vai publicar um livro. A mulher, que foi vítima do marido, Dominique Pelicot, durante nove anos, lançará suas memórias em janeiro de 2026, anunciou ela ao The Guardian.

O livro, cujo título provisório é "Um hino à vida", será lançado na França pela editora Flammarion, de acordo com a BFM TV.

"Estou imensamente grata pelo apoio extraordinário que recebi desde o início do julgamento", disse Gisèle ao diário britânico. "Agora quero contar minha história com minhas próprias palavras. Por meio deste livro, espero transmitir uma mensagem de força e coragem a todos aqueles que enfrentam desafios difíceis. Que eles nunca fiquem envergonhados. E que com o tempo, eles possam até reaprender a saborear a vida e encontrar a paz."

O julgamento de Dominique Pelicot e outros 50 réus teve repercussão internacional. Gisèle Pelicot, por sua coragem durante todo o processo, para confrontar seus agressores dia após dia e em público, tornou-se um símbolo muito além das fronteiras da França.

Em fevereiro, a revista Time a nomeou entre as mulheres do ano de 2024, ao lado de Nicole Kidman, entre outras.

Símbolo

Gisèle Pelicot "se tornou um símbolo global", diz Stuart Williams, diretor de publicação na editora britânica The Bodley Head, que publicará a versão em inglês do livro. "Acreditamos que a voz que ela traz para este livro falará com muitas pessoas nos próximos anos", diz.

Com suas memórias, a francesa segue os passos da filha, Caroline Darian, que publicou dois livros sobre os estupros sofridos pela mãe. No primeiro, "E Parei de te chamar de pai" ("Et j'ai cessé de t'appeler papa"), ela relata o choque ao saber que seu pai drogou sua mãe para fazê-la ser estuprada, inconsciente, por dezenas de homens.

Seu segundo livro, "Para não esquecer" ("Pour que l'on se souvienne"), foi escrito durante o julgamento e lançado no início de março.

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