Gaza corrige número de mortos; Israel inicia operação por terra
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza disse ontem que houve um "erro técnico" no boletim que indicava a morte de 970 palestinos em 48 horas, durante os recentes bombardeios israelenses no território.
Hoje, um porta-voz do ministério, Khalil al-Daqran, afirmou que o número de mortos desde a noite de segunda chegou a 710 e que há cerca de 900 feridos, mas os números devem aumentar porque muitas pessoas ainda estão presas nos escombros.
Desde o início da atual campanha de Israel na Faixa de Gaza, em novembro de 2023, o total de mortos se aproxima de 50 mil, mais de 2% da população do território.
A ofensiva israelense se seguiu à incursão de militares do Hamas que deixou cerca 1,2 mil mortos e capturou 251 reféns em Israel.
ONU pede apuração de morte de funcionário
O secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiu uma "investigação completa" da morte de um funcionário da organização em uma explosão em um prédio da entidade na Faixa de Gaza.
Guterres também disse ter ficado "profundamente triste e chocado" com o episódio.
Em nota, a secretaria-geral das Nações Unidas afirmou que "a localização de todas as instalações da ONU é conhecida pelas partes em conflito, que são obrigadas pelo direito internacional a protegê-las e manter sua absoluta inviolabilidade". Israel nega responsabilidade pelo ataque.
Ainda ontem, as forças de Netanyahu retomaram as operações militares por terra na Faixa de Gaza, ampliando a presença no Corredor de Netzarim e isolando o norte do sul do território palestino. Hoje, soldados iniciaram operações na região de Beit Lahia, no norte.
Trump quer as usinas da Ucrânia
Donald Trump propôs ontem a Volodymyr Zelensky assumir o controle das usinas elétricas de energia nuclear da Ucrânia.
"A propriedade americana dessas usinas seria a melhor proteção e o melhor apoio à infraestrutura energética ucraniana", disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, após conversa telefônica entre os dois líderes.
Zelensky não respondeu publicamente à proposta.
A Ucrânia possui quatro usinas nucleares. Uma delas, a de Zaporizhzhia, a maior da Europa, está sob controle de forças russas.
Durante a conversa, o presidente ucraniano disse aceitar a proposta de suspensão mútua, por parte de seu país e da Rússia, de ataques à infraestrutura energética dos dois países anunciada na terça-feira após conversa entre Trump e Putin.
Bolivianos protestam contra falta de gasolina
Milhares de bolivianos foram às ruas ontem em protestos contra a falta de combustível e a alta do preço dos alimentos.
Duas manifestações, uma de indígenas e outra convocada por motoristas, tomaram ruas da capital, La Paz, e da cidade de El Alto.
O país enfrenta uma séria crise cambial desde 2023, o que limita sua capacidade de importar petróleo.
Segundo a Defensoria do Povo, órgão de supervisão das políticas públicas, 60% dos postos do país estão sem combustível.
"A falta de combustível nos prejudica bastante no campo", reclamou o líder indígena Leonardo Quispe. Na semana passada, em uma tentativa de contornar o problema, o governo de Luis Arce anunciou a adoção de aulas remotas e redução da frota de transporte público.
Fed mantém juros e diz que tarifas devem elevar inflação
O Fed manteve ontem a taxa básica de juros da economia americana inalterada, no intervalo entre 4% e 4,5%.
O banco central americano também elevou as projeções de inflação deste ano de 2,5% para 2,7% e reduziu a previsão de crescimento, de 2,7% para 1,7%.
Segundo Jerome Powell, presidente do Fed, "boa parte" do aumento da inflação esperado "vem das tarifas" impostas por Trump a produtos importados.
O comunicado da decisão afirma que a "incerteza sobre as perspectivas econômicas aumentou", e na coletiva após o anúncio Powell acrescentou que essa incerteza é "incomumente alta".
Onze dos nove diretores do Fed disseram acreditar que a taxa será reduzida duas vezes até o final do ano. O número é menor do que os 15 que pensavam dessa forma em dezembro.