Finlândia lidera o ranking da felicidade pelo oitavo ano consecutivo; Brasil sobe posições
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta quinta-feira (20) o relatório anual do ranking da felicidade, com a Finlândia ocupando o primeiro lugar pelo oitavo ano consecutivo. O Brasil subiu oito posições e agora é o 36°. Já a França caiu pela terceira vez seguida e agora aparece em 33°.
O relatório analisou o comportamento das populações do mundo inteiro no período entre 2022 e 2024,levando em consideração quesitos como avaliações pessoais da satisfação com a vida, assim como no PIB per capita, apoio social, expectativa de vida com boa saúde, liberdade, generosidade e índices de corrupção.
Todos os países nórdicos permanecem entre os 10 mais felizes, com Dinamarca, Islândia e Suécia atrás da Finlândia.
Os países da América Latina com as melhores posições foram Costa Rica e México, em sexto e décimo lugar, respectivamente, enquanto o Uruguai é o sul-americano melhor posicionado, em 28°.
Felicidade compartilhada à mesa
Segundo aponta o relatório da ONU, compartilhar as refeições "está fortemente vinculado ao bem-estar". O "número de pessoas que jantam sozinhas nos Estados Unidos aumentou 53% nas últimas duas décadas". O que, segundo os autores da pesquisa, fez com que o país caísse para o 24º lugar, seu pior resultado desde a publicação da primeira edição do estudo em 2012, quando ocupava o 11º lugar.
"O crescente número de pessoas que fazem as refeições sozinhas é uma das razões para a queda do bem-estar nos Estados Unidos", indicam os autores. Em 2023, quase 25% dos americanos declararam que fizeram uma refeição sozinho no dia anterior.
O Afeganistão, cenário de uma catástrofe humanitária desde que os talibãs retomaram o poder em 2020, volta a aparecer em último no ranking.
Líder em "devolução de carteiras perdidas"
A liderança consolidada da Finlândia ano após ano no ranking pode ser explicado em grande medida pelo fato de que os finlandeses vivem em uma "sociedade que funciona bastante bem", explica Frank Martela, professor adjunto especializado em pesquisa sobre bem-estar e felicidade na Universidade Aalto de Espoo, região de Helsinque.
"Parece que os finlandeses estão relativamente satisfeitos com sua vida", acrescentou Frank à agência AFP. "A democracia funciona bem, temos eleições livres, liberdade de expressão, níveis de corrupção baixos e, tudo isso, demonstra que é possível prever níveis mais elevados de bem-estar nacional", completou.
Todos os países nórdicos têm sistemas de proteção social relativamente fortes, com licenças maternidade e paternidade, subsídios de desemprego e assistência de saúde majoritariamente universal, que também contribuem para níveis de bem-estar mais elevados em média.
"A natureza é um elemento importante da felicidade", opina Eveliina Ylitolonen, estudante finlandesa de 23 anos
Eveliina, que mora na capital Helsinque, acredita que o apreço dos finlandeses pela beleza da natureza explica o nível de felicidade do país, conhecido por suas florestas profundas e mais de 160 mil lagos.
No relatório deste ano, os autores afirmam ter novas evidências de que atos de generosidade e a crença na bondade dos outros são "indicadores significativos da felicidade, inclusive mais do que receber um salário maior".
Os países nórdicos também estão "entre os melhores lugares em termos de taxas de devolução de carteiras perdidas", destaca o relatório.
(Com AFP)