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EXCLUSIVO-Informação compartilhada com Casa Branca mostra que ucranianos não foram "cercados" em Kursk

20/03/2025 09h33

Por Erin Banco

NOVA YORK (Reuters) - Os soldados ucranianos em Kursk perderam terreno nos últimos dias, mas não estão cercados pelas forças russas, ao contrário dos comentários recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de acordo com três autoridades dos EUA e da Europa familiarizadas com as avaliações de inteligência de seus governos.

Agências de inteligência dos EUA, incluindo a CIA, compartilharam essa avaliação com a Casa Branca na semana passada, disseram uma autoridade norte-americana e outra pessoa familiarizada com o assunto. No entanto, Trump continuou a afirmar que as tropas ucranianas estão cercadas na região de Kursk, no oeste da Rússia.

As avaliações de inteligência dos EUA e da Europa mostram que as tropas ucranianas têm enfrentado intensa pressão das forças russas, mas não estão completamente cercadas, segundo as autoridades.

Trump tem dito que espera dar um fim rápido à guerra da Rússia na Ucrânia. Especialistas descreveram uma alegação de Putin em 13 de março de que as forças ucranianas em Kursk estavam isoladas e que, em última instância, precisariam "se render ou morrer" como desinformação destinada a mostrar que a Rússia está oferecendo concessões ao salvar as vidas dos soldados ucranianos, dando a Putin uma vantagem nas negociações de cessar-fogo.

Em uma publicação na rede social em 14 de março, Trump disse que havia pedido ao presidente russo para poupar as vidas de milhares de ucranianos que, segundo ele, estavam "completamente cercados" e vulneráveis. Putin afirmou que faria isso se eles se rendessem.

Trump repetiu a afirmação sobre as forças ucranianas "cercadas" durante um discurso no Kennedy Center de Washington na segunda-feira e em uma entrevista à Fox News na terça-feira.

O Conselho de Segurança Nacional dos EUA não respondeu diretamente às perguntas sobre as avaliações de inteligência, mas encaminhou a Reuters a uma declaração conjunta do secretário de Estado Marco Rubio e do assessor de Segurança Nacional Mike Waltz que mencionou a ligação de Trump com Zelenskiy na quarta-feira e como os dois líderes concordaram em continuar a compartilhar inteligência sobre Kursk.

Casa Branca, CIA e o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional se recusaram a comentar.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, negou que as forças ucranianas estejam cercadas e disse que Putin estava mentindo sobre a realidade no local.

O líder ucraniano reconheceu que suas Forças Armadas estão em uma posição difícil em Kursk e que prevê ataques contínuos da Rússia, que tenta empurrar as forças ucranianas para fora da região.

O gabinete de Zelenskiy e a embaixada russa em Washington não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Desde agosto, quando os soldados ucranianos abriram caminho através da fronteira ocidental da Rússia em Kursk, Kiev perdeu quase todo o território que conquistou. Antes, possuía cerca de 1.300 km quadrados de terra, mas agora possui apenas entre 52 e 78 km quadrados, de acordo com relatos de fontes abertas.

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