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Lewandowski diz que a polícia 'prende mal'; delegados da PF repudiam fala

Declaração de Lewandowski repecutiu mal entre policiais - LUCIO TAVORA/Folhapress
Declaração de Lewandowski repecutiu mal entre policiais Imagem: LUCIO TAVORA/Folhapress
do UOL

Do UOL, em São Paulo

20/03/2025 11h49

Delegados da Polícia Federal repudiaram uma declaração do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Em evento em Brasília, ontem, o ministro afirmou que "a polícia prende mal".

O que aconteceu

Lewandowski responsabilizou a polícia pela sensação popular de que presos são facilmente soltos no Brasil. "É um jargão que foi adotado pela população, que a polícia prende e o Judiciário solta. Eu vou dizer o seguinte: a polícia prende mal, e o Judiciário é obrigado a soltar", disse o ministro, em evento da CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil).

A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) repudiou a declaração do ministro. Em nota, a entidade manifestou "indignação" com a fala de Lewandowski e afirmou que os detidos são soltos quando a Justiça não vê necessidade de manter as prisões após a audiência de custódia, e não porque as prisões foram malfeitas ou ilegais.

Segundo a ADPF, não há erro "na esmagadora maioria" das prisões feitas no país. "Só é possível falar em prisão 'mal realizada' quando se detecta alguma ilegalidade, e certamente essa não é a realidade diuturna das audiências de custódia realizadas no Brasil. É preciso esclarecer à sociedade que, na maioria esmagadora dos casos, a prisão é considerada legal e o juiz que preside o ato concede a liberdade provisória", diz a ADPF.

A entidade que representa delegados da PF pediu mais valorização aos policiais. "O Ministério da Justiça e Segurança Pública, da qual a Polícia Federal faz parte, deveria estar atuando para valorização da polícia judiciária e dos Delegados de Polícia, diminuindo o grande abismo existente, tanto financeiro, quanto de condições de trabalho, com relação a outras carreiras jurídicas do sistema de persecução penal", diz a nota.

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