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Alemanha reabre embaixada na Síria e estabelece laços com líderes islâmicos

20/03/2025 13h46

BERLIM (Reuters) - A Alemanha reabriu nesta quinta-feira sua embaixada na Síria, estabelecendo laços diplomáticos oficiais com a nova liderança em Damasco, em meio a profundos problemas humanitários e de segurança na reconstrução do país após a queda de Bashar al-Assad.

"Estou aqui na Síria pela segunda vez em cerca de dez semanas porque o país e seu futuro estão no fio da navalha", disse a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, em uma entrevista coletiva em Damasco. "Não podemos prever o que vai acontecer em alguns meses ou talvez em algumas semanas."

Descrevendo a situação no local, Baerbock disse que havia falta de itens essenciais, especialmente na infraestrutura energética, e que a Alemanha queria apoiar a Síria na reconstrução -- por exemplo, modernizando usinas de energia.

A Alemanha abriga cerca de 1 milhão de sírios após um fluxo de refugiados na última década. O país tentou enviar uma mensagem de engajamento cauteloso com os novos governantes, ao mesmo tempo em que pediu respeito aos direitos das minorias.

A embaixada tem uma pequena equipe política no local e continuará a expandir sua presença de acordo com a situação.

Devido a preocupações de segurança e espaço limitado, as questões de visto e consulares continuarão a ser tratadas pelo vizinho Líbano, disse Baerbock.

Ela afirmou ainda que a Alemanha trabalharia com o governo interino para facilitar o retorno voluntário dos sírios ao seu país.

Baerbock conheceu o novo líder de fato da Síria, Ahmed al-Sharaa, no início do ano, um mês depois que rebeldes islâmicos liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) derrubaram o presidente Assad, após mais de 13 anos de guerra civil.

No início deste mês, confrontos entre os partidários de Assad e os novos governantes do país mataram mais de 1.000 pessoas, a maioria civis, de acordo com um grupo de monitoramento de guerra.

(Reportagem de Alexander Ratz; texto de Rachel More)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS FDC  

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