Alcolumbre defende Marina Silva após fala de senador que sugeriu enforcá-la
Adversário em questões ambientais, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), defendeu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, após a fala do colega Plínio Valério (PSDB-AM) que sugeriu que gostaria de enforcá-la.
O que aconteceu
Alcolumbre saiu em defesa de Marina Silva. "Não concordo com muitas posições ideológicas da ministra de Estado do Meio Ambiente em relação ao país, mas acho que meu querido colega senador Plínio Valério precisa fazer uma referência em relação a essa fala", comentou.
"Fala infeliz". Alcolumbre se manifestou durante a votação de um projeto de lei que aumenta a pena de crimes de violência contra a mulher que usarem inteligência artificial. Ele chamou a fala de "completamente infeliz" e sugeriu que ele se desculpasse, o que Plínio não fez, apesar de ter ocupado a tribuna na sessão.
Senador reclamou do puxão de orelha. Plínio Valério não gostou que Alcolumbre o repreendesse publicamente sem avisá-lo com antecedência. Justificou a fala dizendo que foi "em tom de brincadeira" e que "não faria novamente", mas disse não se arrepender.
Declaração incita violência contra a mulher. Plínio Valério atacou a ministra, durante um evento na Fecomércio-AM, no último dia 14. "Imagina o que é tolerar a Marina por seis horas e dez minutos sem enforcá-la", disse.
Ministra rebateu. Nesta manhã, Marina se posicionou contra a declaração do senador e o chamou de "psicopata". Para ela, o senador incitou a violência contra uma mulher.
De lados opostos na pauta ambiental. Alcolumbre é defensor da exploração do petróleo na Margem Equatorial. O potencial petrolífero dessa região vai do Amapá, estado de Alcolumbre, ao Rio Grande do Norte e uniu parlamentares do Nordeste em apoio a essa questão, de olho no que seus redutor políticos podem ganhar de royalties com a arrecadação.
Marina é contra por incentivar os combustíveis fósseis. Reconhecida internacionalmente pela sua atuação com políticas ambientais, sustentabilidade e clima, ela sempre se colocou contra a exploração, mas tem sido quase uma voz isolada no governo sobre o assunto. Por ora, ela defende que isso é uma "questão a ser respondida por técnicos", e não política.
Lula está do lado de Alcolumbre nessa questão. O presidente sinalizou, logo no primeiro encontro após a eleição à presidência do Senado, que a licença seria destravada, autorizando pesquisas na região.
Ibama ainda não liberou. A Petrobras tenta o licenciamento desde 2020, mas ainda não conseguiu atender as exigências da autarquia ambiental.
Uma fala dessa só é um combustível para essas agressões que estamos vendo nas famílias brasileiras, na sociedade brasileira, onde está todo mundo se achando no direito de agredir todo mundo.
Davi Alcolumbre, presidente do Senado Federal