Peru decreta emergência em Lima para que militares combatam crime organizado
O Peru decretou nesta segunda-feira (17) estado de emergência em Lima por um mês para que os militares apoiem a polícia no combate à extorsão do crime organizado, após o assassinato de um popular cantor por sicários no fim de semana.
O governo declara, a partir de terça-feira, "pelo prazo de 30 dias o Estado de Emergência em Lima Metropolitana e na província constitucional de Callao", segundo a norma publicada no diário oficial.
De acordo com a determinação da presidente Dina Boluarte, as Forças Armadas apoiarão o controle interno na capital, que tem 10 milhões de habitantes.
"A instituição policial determinará as zonas onde esse apoio será necessário", acrescenta o decreto.
Sob o estado de emergência, o governo fica autorizado a restringir ou suspender determinadas liberdades públicas, como o direito de reunião e a inviolabilidade de domicílio.
A medida valerá por 30 dias para quase um terço dos 34 milhões de peruanos, que vivem em Lima e Callao, o porto vizinho à capital.
"Não vamos permitir mais nenhuma morte", declarou a presidente Dina Boluarte mais cedo, lamentando o assassinato do cantor de cumbia Paul Flores, de 39 anos, morto por sicários em motocicletas no domingo, ao sair de um show no distrito de San Juan de Lurigancho, no leste de Lima.
"A esses malditos assassinos, digo que estou pensando seriamente na pena de morte, porque nenhum sicário, nenhum extorquidor poderá manchar de sangue famílias que amam seus filhos", afirmou Boluarte durante uma cerimônia com alunos e professores no início do ano letivo no país.
O assassinato gerou indignação generalizada e levou o governo a anunciar, já na noite de domingo, que decretaria estado de emergência para que as Forças Armadas se unissem à polícia no enfrentamento da crescente onda de violência.
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