Topo
Notícias

Bolsonaro diz que será 'problema preso ou morto'; veja o que mais ele falou

do UOL

Do UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro

16/03/2025 12h45

Em ato esvaziado organizado por apoiadores no Rio de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou o ministro do STF Alexandre de Moraes, criticou o governo Lula, pediu anistia aos condenados por atos golpistas em 8 de janeiro de 2023 e disse que "não vai sair do Brasil".

'Preso ou morto'

Durante o discurso, Bolsonaro pediu que apoiadores "continuem lutando" caso ocorra "alguma covardia" com ele. Segundo o ex-presidente, existem hoje outras lideranças no campo da direita, além dele.

Publicidade

Escolhi o lado mais difícil. O lado do meu povo brasileiro. Não tenho obsessão pelo poder. Eu tenho paixão pelo meu Brasil. Se algo na covardia acontecer comigo, continuem lutando. O que eles querem aqui no Brasil é fazer igual na Venezuela.

Não vou sair do Brasil. A minha vida estaria muito mais tranquila se eu estivesse do lado deles.

E só não foi perfeita essa historinha de golpe para eles porque eu estava nos Estados Unidos. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto.

Crítica a Moraes e a Lula

Ex-presidente também falou que sua campanha à presidência da República em 2022 foi prejudicada por ações do ministro Alexandre de Moraes. À época, Moraes era presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Já as eleições de 2026 serão conduzidas com "isenção", falou Bolsonaro — Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro, presidirá o TSE. A posição de presidente do tribunal é rotativa.

Houve, sim, a mão pesada do Alexandre de Moraes por ocasião das eleições de 22. Por exemplo, segundo decisão dele, eu não podia mostrar imagem do Lula defendendo o aborto.

Eleição sem Bolsonaro é negar a democracia no Brasil. Se eu sou tão ruim assim, me derrote. E uma esperança para nós, o TSE, por ocasião das eleições do ano que vem, será um tribunal isento, diferente daquele que conduziu as eleições em 2022.

Não podia colocar imagem do Lula com ditadores do mundo todo. O outro lado podia fazer tudo. Me chamavam de misógino, de fascista, até de assassino da Marielle Franco.

Compare o nosso governo de poucos anos com o atual. Dá para comparar aquele ministro "taradão", ministro dos Direitos Humanos, com a Damares [Alves]? Dá pra comparar o atual ministro da Agricultura [Carlos Fávaro], que tá fazendo o preço explodir pelo Brasil, com a Tereza Cristina? Na economia, dá pra comparar o [Fernando] Haddad com o Paulo Guedes? Dá pra comparar a Janja com a Michele? Nada dá pra fazer comparação com esse governo.

Inelegibilidade

Bolsonaro voltou a falar que sua inelegibilidade poderá ser revertida. Em junho de 2023, o TSE tornou Bolsonaro inelegível por 8 anos por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em reunião com embaixadores em 2022. Na ocasião, o ex-presidente fez afirmações falsas sobre o processo eleitoral.

Afinal de contas, me tornaram ineligível por quê? Pegaram dinheiro na minha cueca? Alguma caixa de dinheiro no meu apartamento? Algum desfalque em estatal? Porque me reuni com embaixadores. E a outra, porque subi no carro de som do Silas Malafaia.

Condenados pelo 8/1

A manifestação teve como foco pressionar o Congresso a votar o projeto de lei de anistia aos acusados pelos ataques as sedes dos Três Poderes, em Brasília. O ataque gerou denúncias no STF contra 1.682 envolvidos.

Bolsonaro citou mulheres com mais de 60 anos condenadas pelos atos de 8 de janeiro. Citou ainda que foi alvo de crítica por falas misóginas contra mulheres petistas.

Hoje vamos falar sobre a vida de inocentes. Sobre a vida de pessoas que não cometeram nenhum ato de maldade, que não tinham intenção e nem poder de fazer aquilo de que estão sendo acusadas

Jamais pude imaginar um dia na minha vida que teríamos refugiados brasileiros mundo afora. Até há poucos anos, a gente não sonhava em passar por uma situação como essa.

Essas senhoras têm força para quebrar alguma coisa? Essas senhoras, foi encontrada alguma arma com alguém no dia 8 de janeiro de 23?

Pazes com Kassab para "anistia"

Bolsonaro disse que fez as pazes com Gilberto Kassab (PSD) em busca de apoio a projeto de lei que prevê a anistia aos presos de 8 de janeiro. Kassab e Bolsonaro almoçaram juntos no Palácio dos Bandeirantes na segunda-feira (3). O encontro ocorreu com intermédio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Eu, inclusive, tinha um velho problema e resolvi problema com [Gilberto] Kassab em São Paulo. Ele está ao nosso lado com a sua bancada para aprovar a anistia em Brasília. Todos os partidos estão vindo.

18 mil pessoas em Copacabana

Número de participantes do ato foi de 18,3 mil pessoas, de acordo com dados levantados pelo Monitor do Debate Politico do Cebrap, em parceria com a ONG More in Common. A medição foi realizada por meio de imagens registradas por drones e sistemas de inteligência artificial.

Antes do evento, Bolsonaro deu declarações dizendo esperar mais de 500 mil pessoas. Em vídeo publicado nas suas redes sociais em 20 de março, o ex-presidente fez uma convocação para o ato deste domingo e disse "um milhão [de pessoas] em Copacabana". Três dias depois, em entrevista à revista Veja, reduziu a expectativa para 500 mil pessoas.

Notícias

publicidade