Ucrânia avalia como monitorar qualquer cessar-fogo, diz ministro das Relações Exteriores
KIEV (Reuters) - Kiev começou a examinar como monitorar qualquer cessar-fogo ao longo da linha de frente de sua guerra com a Rússia, que se estende por mais de 1.300 km, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia na sexta-feira, quando uma pesquisa indicou que metade de seus cidadãos se opõe à cessão de terras para uma paz rápida.
O presidente dos EUA, Donald Trump, está pedindo ao presidente russo, Vladimir Putin, que aceite uma proposta de cessar-fogo que Washington negociou com a Ucrânia.
Putin, na quinta-feira, saudou o plano em princípio, mas estabeleceu uma lista de condições, sugerindo que não haveria um acordo rápido de Moscou e provocando ceticismo em Kiev.
"A fim de evitar possíveis provocações do lado russo, precisamos estar preparados", disse Andrii Sybiha a jornalistas na sexta-feira, anunciando que uma equipe seria criada para considerar como monitorar qualquer trégua.
Na quinta-feira, ele postou no X que "Putin quer continuar a guerra. O restante de suas palavras é apenas uma cortina de fumaça", ecoando a resposta do presidente Volodymyr Zelenskiy.
Sybiha fazia parte da delegação ucraniana que se reuniu com representantes norte-americanos na Arábia Saudita e disse que Kiev apoia a proposta de Washington de um cessar-fogo de 30 dias na invasão em grande escala lançada pela Rússia há três anos.
Ele afirmou que o monitoramento seria complexo, lembrando a experiência negativa da Ucrânia com tréguas sob o processo de Minsk, apoiado pela Alemanha e pela França, com a insurgência que a Rússia apoiou no leste da Ucrânia a partir de 2014. Atualmente, a Rússia controla cerca de um quinto da Ucrânia.
Em uma pesquisa publicada na sexta-feira pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, 50% dos entrevistados se opuseram à cessão de qualquer território em troca de paz e garantia de independência, em comparação com 51% em dezembro, enquanto 39% são a favor.
(Reportagem de Anastasiia Malenko)