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Rússia 'cometeu crimes contra a humanidade' na Ucrânia, segundo comissão da ONU

14/03/2025 13h10

A Rússia promoveu desaparecimentos forçados e atos de tortura, ambos "crimes contra a humanidade", durante a guerra na Ucrânia, segundo uma comissão internacional de inquérito independente da ONU. 

Esses crimes foram cometidos como parte de "um ataque sistemático e generalizado contra a população civil", disse o grupo de investigadores em um relatório publicado esta semana.

A comissão concluiu que "as autoridades russas cometeram crimes contra a humanidade envolvendo tortura e desaparecimentos forçados". 

"Esses crimes foram cometidos dentro da estrutura de uma política estatal coordenada (...) em todas as províncias da Ucrânia, onde algumas áreas ficaram sob controle russo", afirma o relatório. 

Ao cometer esses crimes, "as autoridades russas atacaram categorias de pessoas que consideravam uma ameaça ou que se recusaram a cooperar com elas", acrescentou. 

O relatório observa que um grande número de civis foi preso em áreas agora sob controle russo, e que muitos deles foram transferidos para centros de detenção nessas áreas ou na Rússia. 

"Eles cometeram outros estupros e crimes durante essas detenções prolongadas. Muitas vítimas ficaram desaparecidas por meses ou anos e algumas morreram em cativeiro", explica o documento.

Soldados que eram prisioneiros de guerra também teriam sido torturados e submetidos a desaparecimentos forçados, em violação ao direito internacional humanitário, disse a comissão. 

Os investigadores alegam que a Rússia "usa sistematicamente a tortura contra certas categorias de detidos para extrair informações e intimidá-los", com tratamentos brutais durante os interrogatórios. 

Eles também acusam as autoridades russas de usar sistematicamente a violência sexual "como uma forma de tortura contra homens detidos". 

A comissão também relata um número crescente de soldados ucranianos mortos ou feridos após serem capturados ou se renderem, o que constitui um crime de guerra.

rjm/apo/vog/cn/es/mab/eg/aa/jc

© Agence France-Presse

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