Sâmia Bomfim: Bolsonaristas terão menos poder de fogo em ato de rua no Rio
Os bolsonaristas devem ter menos poder de fogo em manifestação na qual defendem a anistia para os acusados de participar dos atos antidemocráticos, afirmou a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL, nesta sexta-feira (14).
Eu não menosprezo nem desconsidero o poder de mobilização deles para domingo. Eu acho que eles vão botar toda a força e todo o peso possível, mas eu desconfio que eles tenham menos poder de fogo que já tiveram outrora Sâmia Bomfim, deputada federal
O ato no Rio é mais uma manifestação organizada pela direita para defender a anistia para os acusados de participar da organização, invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, bolsonaristas que não aceitavam a vitória do Presidente Lula (PT) nas urnas participaram da invasão.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para ser candidato a presidente no lugar de Bolsonaro, que está inelegível, confirmou presença durante a manifestação que será realizada no próximo domingo (16).
Hoje há punição por parte da Justiça, inclusive há um general quatro estrelas [preso], a possibilidade de prisão do Bolsonaro, a identificação de alguns empresários envolvidos nos atos golpistas... Então, os grandes financiadores pensam — pelo menos espero — duas ou três vezes em apoiar e colocar dinheiro, a sua marca e o seu nome em manifestações desse caráter, porque agora já sabem que pode haver responsabilização.
Mas, claro, toda a mobilização de rua tem um peso sobre a decisão do Congresso. Eu acredito que manifestações de rua têm esse propósito, não pode ficar imune à pressão das ruas. E eu, sinceramente, compreendo que os bolsonaristas façam isso agora porque, de fato, a responsabilização de Bolsonaro é iminente. Sâmia Bomfim, deputada federal
O ministro do STF Alexandre de Moraes liberou ontem a denúncia do inquérito sobre a tentativa de golpe, ocorrida em 8 de janeiro de 2023, para julgamento na Primeira Turma da Corte. Na sequência, o ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado, responsável por receber a denúncia, marcou para o dia 25 de março o julgamento de Bolsonaro.
Completam a composição da Primeira Turma os ministros Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. Serão eles quem vão decidir se recebem a denúncia e abrem uma ação penal contra Bolsonaro e seus aliados.
O PL da Anistia é de autoria do deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) e foi protocolada em novembro de 2023, nove meses depois que centenas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF em protesto contra a vitória de Lula nas eleições. O STF condenou até o momento 265 pessoas pelos atos golpistas. Uma eventual aprovação desse projeto, portanto, poderia beneficiar o ex-presidente.
Cardozo: 'Brasil caminha para ingovernabilidade'
Ao analisar os números da baixa popularidade do presidente Lula, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo disse que o Brasil caminha para uma ingovernabilidade e que, do jeito que está, ninguém consegue comandar o país. A declaração foi feita durante entrevista ao UOL News.
Cada vez mais eu me convenço que o Brasil caminha para uma ingovernabilidade. Você pode colocar um bom comunicador [no governo], um mau comunicador, estando a política do jeito que está colocada, com a atuação do Congresso e a relação dos Três Poderes totalmente desajustada...
[O sistema político atual do Brasil me lembra] um parlamentarismo onde não há ônus, só o bônus. É uma situação muito esquisita no Brasil. José Eduardo Cardozo, jurista e ex-ministro da Justiça no governo Dilma
A avaliação negativa do governo Lula registrou piora e passou a superar a avaliação positiva pela primeira vez neste mandato, mostrou pesquisa Ipsos-Ipec divulgada ontem. Quase metade (41%) considera o governo ruim ou péssimo, de acordo com dados apurados pelo instituto. Em dezembro, eram 34%. Ótimo ou bom são 27%. Três meses antes eram 34%.
Sakamoto: 'Lula tenta evitar que o governo apanhe pelo preço dos ovos'
No UOL News, o colunista Leonardo Sakamoto afirmou que Lula tenta evitar que o seu governo apanhe devido à disparada do preço dos ovos de galinha.
Lula está com uma fala eleitoral, e vou dizer até mais, é uma fala política, que tenta manter a calma, tenta evitar que o governo apanhe enquanto outras medidas estão sendo tomadas. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Na tarde desta sexta-feira (14), em um evento em Sorocaba (SP), Lula disse não entender por que o ovo de galinha está tão caro e falou que vai procurar o "ladrão" responsável.
O ovo de galinha foi um dos vilões da inflação em fevereiro. O alimento subiu 15,4% em um mês, a maior alta do segmento, e ajudou o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de comidas e bebidas para 0,79%. O calor no Brasil, o preço do milho nas alturas e a proximidade da Quaresma ajudam a explicar a alta.
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