CSN tem prejuízo de R$85 milhões no 4º tri
SÃO PAULO (Reuters) - A CSN anunciou no final da noite de quarta-feira que fechou os três últimos meses do ano passado com prejuízo de R$85 milhões, revertendo resultado positivo de mais de R$850 milhões no mesmo período de 2023, e com um nível de alavancagem bem acima do prometido ao mercado alguns trimestres antes.
A companhia divulgou uma relação de dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 3,49 vezes, acima das 3,34 vezes do terceiro trimestre e bem maior que o múltiplo de 2,58 vezes do final de 2023.
O nível de endividamento avançou apesar da empresa não ter concluído planos para comprar a rival Intercement e apesar de ter vendido em outubro participação em suas operações de mineração para a japonesa Itochu com um prêmio de 26%.
A empresa só desistiu publicamente de mirar uma alavancagem de 2,5 vezes no final do ano passado em meados de dezembro, quando aproveitou para divulgar uma série de outras estimativas sobre seus negócios, que além de aço e mineração incluem produção de cimento, energia elétrica e logística.
No quarto trimestre, a CSN apurou alta de 10,4% nas vendas de aço e queda de 3,7% nas vendas de minério de ferro, além de uma receita líquida de R$12 bilhões, praticamente estável ante o faturado um ano antes.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da CSN nos três meses encerrados em dezembro somou R$3,3 bilhões, queda de 8% sobre o desempenho de um ano antes. A margem caiu de 29,1% para 26,8%.
Analistas, em média, esperavam Ebitda de R$2,87 bilhões e receita líquida de R$11,8 bilhões, segundo dados da Lseg.
A companhia encerrou dezembro com um caixa ajustado de R$24,9 bilhões, avanço de 43,6% na comparação anual.
A CSN citou no balanço que teve um resultado financeiro negativo de R$5,8 bilhões de reais em 2024, aumento de 40% e algo que atribuiu "ao impacto da alta dos juros nas despesas financeiras, além do efeito negativo com a desvalorização das ações da Usiminas", papéis que a Justiça e órgãos reguladores têm determinado que a empresa se desfaça há vários anos.
No final de fevereiro, a Justiça de Minas Gerais determinou um salto na multa diária que a CSN foi condenada a pagar por não ter reduzido sua participação na rival mineira até meados do ano passado. A decisão, contestada pela CSN, pode levar a empresa a ter de arcar com uma penalidade de mais de R$1 bilhão se não vender os papéis ao final de 180 dias.
(Por Alberto Alerigi Jr.)