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Mulheres pagam conta mais alta do que homens após separação, independentemente do tipo de união, diz estudo

31/01/2025 14h10

Uma pesquisa realizada na região de Paris mostrou que, independentemente do tipo de união civil de um casal heterossexual, as mulheres sempre terão mais prejuízos financeiros em caso de separação. O estudo, feito em conjunto pelo departamento de Ile de France do Instituto Nacional de Estudos Estatísticos (Insee) e o Instituto Paris Région, analisou as consequências econômicas para os casais unidos por casamento, união estável ou união livre.

"A ruptura tem um preço, e para as mulheres, ele é bem mais salgado", anuncia a reportagem do jornal Le Parisien, que revela os resultados na edição desta sexta-feira (31). É a primeira vez no país que uma pesquisa analisa em detalhes as separações em outros modelos de relacionamento - as uniões livres representam 70% das rupturas conjugais na França.

Os dados mostram que as mulheres enfrentam, em média, queda de 14,2% do nível de vida, contra 6,2% para os homens, ou uma perda de renda de € 3,5 mil para elas e € 1,6 mil para eles, no ano da separação. Sem surpresa, as mães são as mais atingidas pela queda do poder aquisitivo.

Outra conclusão relevante é que essa situação se perdura no tempo: dois anos depois da separação, os homens terão praticamente recuperado a situação financeira que tinham quando casados, enquanto as mulheres ainda estarão com um nível de vida 7% inferior. As diferenças de idade no casal - em geral, eles são mais velhos do que elas, portanto mais avançados na carreira -, as desigualdades de gênero do mercado de trabalho - com as mulheres ganhando menos do que os homens - e a maior facilidade do homem de encontrar uma nova parceira explicam as divergências de impacto da ruptura, escreve Le Parisien.

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Fragilidade financeira

"Fui obrigada a voltar a viver na casa dos meus pais, com nosso filho, porque ele era o único que conseguiria continuar pagando o aluguel da nossa casa", relatou uma contadora à reportagem. "Havíamos concordado que eu tiraria licença parental para cuidar das crianças, enquanto ele continuou a evoluir profissionalmente. Na separação, a minha fragilidade financeira saltou aos olhos", disse ela, ao jornal francês.

Em 2021, o Insee já havia publicado uma pesquisa mostrando que quase um terço das francesas encontrava-se em situação de pobreza depois de se separar do companheiro.  

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