EUA restringem voos de helicóptero perto de aeroporto de Washington após colisão mortal

Autoridades federais restringiram os voos de helicóptero perto do Reagan Washington National Airport por tempo indeterminado nesta sexta-feira, dois dias depois de uma colisão em pleno ar entre um avião comercial e um helicóptero militar ter matado 67 pessoas.
A Administração Federal de Aviação (FAA) adotou a medida para reduzir o risco de outro acidente, enquanto equipes de resgate trabalham para retirar, de dentro do Rio Potomac, os destroços do pior acidente aéreo dentro dos Estados Unidos em duas décadas.
Uma autoridade da FAA disse à Reuters que, até uma nova avaliação, a agência está proibindo a maioria dos helicópteros de voar em partes de duas rotas próximas ao aeroporto, permitindo apenas que helicópteros da polícia e de serviços médicos entrem na região compreendida entre o aeroporto e pontes próximas. Não sabe por quando tempo as restrições estarão em vigor.
O acidente jogou o foco em questões como a segurança aérea e a falta de controladores aéreos em um aeroporto muito congestionado e que atende a capital dos Estados Unidos.
O espaço aéreo é muito agitado na região de Washington, que abriga três aeroportos comerciais, várias bases militares e autoridades governamentais que são transportadas por esse meio. No triênio encerrado em 2019, 88 mil voos desse tipo de aeronave foram registrados em um raio de 48 quilômetros do Reagan National Airport, mostrou um relatório de 2021 do Gabinete de Responsabilidade Governamental.
Após recuperarem as caixas pretas, mergulhadores pretendem recolher pedaços de ambas as aeronaves e encontrar componentes adicionais nesta sexta-feira, informou o Corpo de Bombeiros da capital.
O Comitê Nacional de Segurança de Transportes (NTSB) afirmou que espera recolher nesta sexta-feira a caixa preta do helicóptero, que armazena dados e a gravação do cockpit.
Apenas um controlador — em vez de dois — estava cuidando do tráfego de aviões e helicópteros na quarta-feira no aeroporto, situação classificada como "anormal", mas adequada para volumes mais baixos de tráfego, afirmou uma pessoa com conhecimento sobre o tema.
O NTSB está estudando os gravadores de voz da cabine e de dados do avião CRJ700, que levava 60 passageiros e quatro tripulantes, todos mortos na queda. Os três ocupantes do helicóptero também morreram.
As forças armadas disseram que a altitude máxima para a rota que o helicóptero estava tomando é de 200 pés, ou 61 metros, mas que a aeronave poderia estar acima disso. A colisão ocorreu a uma altitude de 300 pés, ou 91 metros, segundo dados do website FlightRadar24.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na sexta-feira que o helicóptero estava voando muito alto: "O Blackhawk estava voando alto, por muito. Muito acima do limite de 200 pés. Isso não é difícil de entender, não é?", indagou.
Comunicações via rádio mostraram que o controlador de tráfego aéreo alertou o helicóptero sobre o avião e ordenou que ele mudasse de rumo. Entre as vítimas estão cidadãos da Rússia, China, Alemanha e Filipinas, além de jovens patinadores do Kansas, o Estado de onde a aeronave decolou.