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Kassab diz que Haddad é ministro fraco e que Lula perderia eleição se fosse hoje

São Paulo

29/01/2025 10h35Atualizada em 29/01/2025 14h20

O presidente do PSD e secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um forte candidato à reeleição, mas que não venceria o pleito de 2026 se fosse hoje. A declaração foi feita em painel da Latin America Investment Conference, evento realizado pelo UBS e o UBS BB nesta quarta-feira (29), no hotel Grand Hyatt, em São Paulo.

"Se fosse hoje, o PT não estaria na condição de favorito. Eles perderiam a eleição", disse o secretário. "Os partidos de centro estão criando uma alternativa para 2026."

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Kassab salientou a sua preocupação com os rumos da economia e criticou a condução do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). "Não vejo articulação para reverter piora no cenário. Não vejo hoje nenhuma marca boa, como teve Fernando Henrique Cardoso e Lula nos primeiros mandatos", pontuou.

No boletim Focus, elaborado pelo Banco Central com estimativas de instituições do mercado financeiro para as principais variáveis macroeconômicas, divulgado nesta terça-feira, 28, a projeção mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 5,50%. A taxa está exatamente um ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%.

Para a inflação fechada em 2026, a expectativa no Focus passou de 4,10% para 4,22%. Já a previsão para 2027 seguiu em 3,90% e avançou de 3,58% para 3,73% em 2028, superando o centro da meta, de 3%.

O presidente do PSD também disse que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é um candidato forte, mas que tem preferência por se reeleger no estado. Kassab mencionou também os nomes do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), que deve ser a prioridade de seu partido para o pleito de 2026.

Para o mercado financeiro, Kassab recomendou que os investidores ficassem de olho em alguns nomes no futuro, que segundo ele, são uma boa "nova safra" de políticos. São eles: Tarcísio, Leite, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), o prefeito de Florianópolis, Topazio Neto (PSD), e o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD).

Kassab critica condução da política econômica e diz que Haddad é um ministro fraco

Kassab também criticou a condução da política econômica brasileira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

"O sucesso da economia precisa de ministros da Economia fortes. Já tivemos FHC, Henrique Meirelles, Paulo Guedes. Eles comandavam. Hoje existe uma dificuldade do ministro Haddad de comandar", afirmou Kassab. "Haddad não consegue se impor no governo. Um ministro da Economia fraco é sempre um péssimo indicativo", complementou.

Apontado como um habilidoso estrategista nos bastidores da política, Kassab coleciona alianças bem-sucedidas nos processos eleitorais mais recentes. Seu partido apoiou o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022, ao mesmo tempo que aliou-se a Tarcísio de Freitas (Republicanos) no Estado de São Paulo, onde emplacou o atual vice-governador Felício Ramuth (PSD) e tornou-se secretário.

Além disso, o presidente do PSD apoiou o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), nas eleições de 2024, quando o emedebista foi reeleito após passar para o segundo turno com margem estreita de vantagem ante Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB).

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