Justiça mantém ordem de prisão de influencer que atropelou recém-casado
O TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) negou o pedido de revogação da prisão do influenciador Vitor Vieira Belarmino, réu por atropelar e matar Fábio Toshiro Kikuta em julho, no Rio de Janeiro.
O que aconteceu
Vitor está foragido há 6 meses. Juíza da 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro alegou que a prisão foi decretada inicialmente "com fundamento na fuga do denunciado". Alessandra da Rocha Lima Roidis argumentou que o pedido se mostra válido "diante da permanência do acusado em local incerto e não sabido."
No pedido de revogação da prisão, defesa afirmou que as multas constantes no prontuário do DETRAN não foram praticadas por Vitor. Entretanto, a juíza disse que esse fato "nada enfraquece a informação dos autos de que possivelmente o acusado estaria conduzindo seu veículo acima da velocidade permitida."
A magistrada também alegou que a prisão deve ser mantida por "conveniência da instrução criminal", visto que as testemunhas "poderão se sentir temerosas". "O Judiciário deve assegurar um ambiente de tranquilidade para a colheita da prova oral, o que certamente não será viável caso o acusado esteja em liberdade."
Na mesma decisão, a juíza designou a audiência de instrução e julgamento do caso para o dia 11 de abril. Vitor é réu no processo pelos crimes de homicídio, omissão de socorro e fuga do local do crime.
O UOL procurou a defesa do influenciador Vitor Vieira Belarmino e aguarda um retorno. Espaço permanece aberto para manifestações.
Relembre o caso
Fábio Toshiro e sua noiva, Bruna Villarinho, tinham acabado de chegar da cerimônia de casamento do casal. Por volta de 22h40 do dia 13 de julho, eles deixaram o sítio onde ocorreu o casamento para ir ao hotel, onde passariam parte da lua de mel.
Casal chegou ao Hotel CS Design, fez o check-in e subiu para deixar as malas e trocar de roupa. Toshiro quis olhar o mar com Bruna e, ao atravessar a avenida Lúcio Costa, por volta das 23h20, foi atropelado e morreu. Bruna não foi atingida, mas, segundo sua advogada, ficou traumatizada com o que aconteceu.
Inquérito da Polícia Civil apontou que o influenciador dirigia em velocidades entre 109 km/h e 160 km/h. Se estivesse dentro da velocidade permitida, ele teria condições de parar o carro antes do impacto.
A viúva da vítima chegou a criar páginas nas redes sociais para procurar o suspeito. De acordo com Bruna, a intenção é mostrar registros do influenciador para auxiliar as pessoas a achá-lo.
Com exceção do influencer, todos já foram ouvidos pelas autoridades. Uma testemunha informou que o impacto fez com que o corpo de Toshiro fosse projetado para dentro do carro. Os ocupantes saíram, tiraram a vítima e a deixaram na via pública antes de fugir.
Cinco mulheres, que estavam com Vitor no carro, também são rés. Elas respondem por omissão de socorro.
O carro, BMW 428I, guiado pelo influenciador acumula mais de R$ 17 mil em dívidas. Constam multas por excesso de velocidade, por dirigir na contramão, por CNH vencida, por dirigir usando o celular, por falta de licenciamento e por falta de uso de cinco de segurança.