Com 'avatar' de choro, Michelle ironiza ter nome citado em delação de Cid

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) ironizou o trecho da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid em que ela é citada como integrante da ala radical que teria incentivado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a realizar um golpe de Estado após as eleições de 2022.
O que aconteceu
Michelle publicou nos stories do Instagram o print de uma notícia sobre o caso e um emoji no qual o avatar dela chora até encher duas xícaras. O título da notícia diz: "Delação de Mauro Cid revela papel de Michelle e Eduardo Bolsonaro em plano golpista". Ao fundo do story, há o áudio de uma pessoa rindo enquanto o apresentador de TV Sikêra Jr. diz "não ria, não".
Ex-primeira-dama criticou o governo Lula. "Todos sabem o motivo para requentarem isso agora. Esse governo e o sistema vivem de cortinas de fumaça para esconder a sua traição contra o povo", declarou, em nota enviada por sua assessoria de imprensa.
Estranho mesmo (e todos fingem que não veem) são esses 'acessos' a inquéritos sigilosos, sendo que os advogados dos acusados são proibidos de acessar os dados para promoverem a defesa de seus clientes. Uma afronta à Constituição e aos Direitos Humanos.
Michelle Bolsonaro, em nota
Michelle e Eduardo compunham a ala "mais radical" do grupo que defendia o golpe, disse Cid. A revelação foi feita no primeiro depoimento da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A íntegra do depoimento de Cid, feito em 28 de agosto de 2023, foi obtida pelo colunista Elio Gaspari, da Folha.
Colunista do UOL, Aguirre Talento revelou em novembro de 2023 que a delação apontava Michelle e Eduardo como incitadores do golpe. De acordo com o relato de Cid, esse grupo costumava dizer que Bolsonaro tinha apoio da população e dos atiradores esportivos, conhecidos como CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), para uma tentativa de golpe.
Michelle e Eduardo são cotados para disputar a Presidência em 2026, já que Bolsonaro está inelegível. Em entrevista à CNN Brasil na última quinta-feira (23), o ex-presidente ele descreveu o filho Eduardo como "uma pessoa madura", com "vasto conhecimento de mundo". Sobre Michelle, disse que "é um bom nome com chances". Em tom de brincadeira, afirmou ainda que uma das condições seria que a ex-primeira-dama o nomeasse como ministro da Casa Civil, caso fosse eleita.