Suecos são recrutados por outros países em redes sociais para lançar ataques, diz polícia
ESTOCOLMO (Reuters) - Potências estrangeiras estão usando aplicativos de mídia social para recrutar gangues suecas e até crianças para ataques violentos contra alvos como a embaixada israelense, disse nesta terça-feira o chefe de polícia da Suécia.
Petra Lundh, a comissária da Polícia Nacional, não especificou quais potências estrangeiras, mas no ano passado o serviço de segurança da Suécia disse que o governo iraniano estava usando redes criminosas dentro do país para realizar atos violentos.
Lundh disse que vários ataques contra a embaixada de Israel em Estocolmo em 2024 -- incluindo tiroteios e uma tentativa de atentado a bomba -- foram exemplos de ataques híbridos, que usam meios convencionais e não convencionais para criar instabilidade.
"É um oponente que não usa uniforme e é uma ameaça que não podemos enfrentar por meio de métodos tradicionais de defesa militar", disse.
A Suécia está lidando com uma onda de crimes de gangues. Nos últimos anos, as gangues começaram a usar aplicativos de mídia social como mercados digitais para assassinatos e outros crimes violentos.
"Isso é algo que nunca vimos antes. É explorado não apenas por grupos criminosos, mas também por outros estados", disse Lundh durante discurso em uma conferência de segurança nacional.
A Suécia teve de longe o maior número de tiroteios mortais per capita na União Europeia em 2023, embora 2024 tenha visto uma redução nas mortes por armas de fogo. Muitos dos perpetradores têm menos de 18 anos e, em alguns casos, têm apenas 12 ou 13 anos.
"Essas crianças são basicamente usadas como ativos descartáveis", disse Lundh. "Temos crianças que, em vez de irem à escola, agem como torpedos e, às vezes, até mesmo para potências estrangeiras em conflitos mundiais", acrescentou.
O governo sueco não descartou proibir aplicativos de mídia social para crianças.
(Reportagem de Johan Ahlander)