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Cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza pode ser concluído ainda nesta semana

14/01/2025 13h20

Um último ciclo de negociações deve começar nesta terça-feira (14) no Catar com o objetivo de alcançar uma trégua entre Israel e o Hamas em Gaza, onde os contornos de um cessar-fogo começam a se definir após 15 meses de uma guerra que já provocou milhares de mortes. O ministério da Saúde do governo do Hamas para a Faixa de Gaza anunciou que pelo menos 61 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas no território palestino.

A uma semana da posse de Donald Trump na Casa Branca, os Estados Unidos, um dos países mediadores juntamente com o Catar e o Egito, afirmaram que um acordo sobre uma trégua, associado à libertação de reféns mantidos no território palestino, deve ser concluído durante a semana. Uma fonte próxima das negociações afirmou que um "último ciclo" de negociações deve começar nesta terça-feira no Catar.

Essas discussões reúnem os chefes das agências de inteligência israelenses, os enviados americanos e o primeiro-ministro do Catar de um lado, e os mediadores e o Hamas do outro, de acordo com a mesma fonte, com o objetivo de "finalizar os últimos detalhes do acordo".

Enquanto isso, Israel intensifica os ataques aéreos contra o Hamas na faixa de Gaza, onde mais de 50 palestinos foram mortos na segunda-feira, apenas na cidade de Gaza, segundo os serviços de emergência.

"Escolas, casas e até mesmo aglomerações" foram alvos, afirmou à AFP o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal, enquanto o exército israelense afirmou que está investigando essas informações.

Cinco soldados israelenses, segundo o exército, foram mortos no mesmo dia durante um confronto no norte do território, onde se concentra há alguns meses a maior parte da ofensiva israelense contra o Hamas.

"Ao alcance"

Um acordo baseado em uma proposta americana formulada há vários meses está "prestes a ser concluído", afirmou na noite de segunda-feira o presidente americano, Joe Biden, após declarações no mesmo sentido de seu conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan.

"Estamos próximos de um acordo e podemos alcançá-lo esta semana", afirmou Sullivan. "Não faço promessas ou previsões, mas está ao alcance", acrescentou.

Não é a primeira vez que a administração Biden garante que um acordo está próximo, mas essas declarações são as mais otimistas feitas recentemente por responsáveis americanos.

Desde o início da guerra, desencadeada em 7 de outubro de 2023 pelo ataque sangrento do Hamas contra Israel, uma única trégua de uma semana foi observada no final de novembro de 2023, e as negociações indiretas realizadas desde então se depararam com a intransigência de ambas as partes.

No entanto, as negociações se intensificaram com a proximidade do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro, em um clima de pressão internacional crescente sobre as diversas partes.

Trump promete "inferno"

Donald Trump prometeu recentemente "o inferno" para a região caso os reféns não sejam libertados antes de seu retorno ao poder.

Responsáveis de ambos os lados informaram na segunda-feira sobre progressos nas negociações, que permitiram superar "os últimos pontos de bloqueio", segundo uma fonte próxima às negociações.

O emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad Al-Thani, se reuniu na segunda-feira com enviados de Joe Biden e Donald Trump, assim como com uma delegação do Hamas.

Joe Biden conversou no domingo com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e na segunda-feira, com Sheikh Tamim.

As negociações visam estabelecer um cessar-fogo associado à libertação dos 94 reféns ainda mantidos em Gaza, dos quais 34 já morreram, segundo o exército israelense.

De acordo com uma fonte próxima das negociações, a última proposta prevê, inicialmente, a libertação de mais de 30 reféns israelenses em troca de centenas de prisioneiros palestinos detidos por Israel.

No total, 251 pessoas foram sequestradas durante o ataque de 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.210 pessoas do lado israelense, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP com base em dados oficiais israelenses.

Pelo menos 46.584 pessoas, a maioria civis, foram mortas na campanha militar israelense de represália em Gaza, de acordo com dados do ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

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