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Argentino usa aparelho para silenciar caixa de som em praia no Brasil; veja

do UOL

Do UOL, em São Paulo

13/01/2025 20h30Atualizada em 14/01/2025 16h29

Um turista argentino compartilhou um vídeo na última sexta-feira (10) em que mostra o uso de um aparelho que faz uma caixa de som silenciar em uma praia brasileira.

O que aconteceu

No vídeo é possível ouvir uma caixa de som tocando uma música da cantora Ana Castela com volume alto. Após o homem apertar um botão do dispositivo, não é possível mais ouvir a canção. O registro tem 12 segundos e foi divulgado pelo argentino Roni Baldini, responsável por fazer o equipamento, no X. Ele não divulgou onde as imagens foram gravadas, mas afirmou na rede social ter passado por Salvador e Fortaleza durante viagem.

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O equipamento foi feito para interferir em conexões Bluetooth entre dispositivos, provocando a interrupção da comunicação entre aparelhos. Segundo Baldini, em uma publicação na plataforma Medium, ele criou dois dispositivos —uma versão menor e maior— com a capacidade de afetar as conexões Bluetooth na região onde a antena do aparelho está direcionada. Como no vídeo, a interferência na conexão entre a caixa de som e o dispositivo que o controla, faz o alto-falante ficar silencioso, informou o site argentino Infobae.

Baldini afirmou que a conexão tem que ser via Bluetooth para o equipamento funcionar. Por exemplo, se a caixa de som estiver conectada a um pen drive, o aparelho não funcionará. Ainda há outros detalhes: se o celular ou aparelho que controla a caixa de som, estiver muito perto, o dispositivo talvez não conseguirá fazer a interferência. O alcance máximo do equipamento de Baldini varia entre 3 a 10 metros.

Atitude do turista dividiu a opinião de diferentes pessoas na internet. "Onde compra?", escreveram algumas pessoas nos comentários. "Excelente ideia. Preciso de um desses para usar na vizinhança. O brasileiro acha que todo mundo é obrigado a escutar a música dele porque não usa fone de ouvido e estoura seus tímpanos", disse outra.

"Na praia não adianta muito porque você silencia uma [caixa de som] e tem mais uns 10 com a caixinha ouvindo música aí não tem muito o que fazer", comentou um terceiro. "O cara que vai para a praia e não quer ouvir um pagodinho ou sertanejo é um frustrado da vida", escreveu outro. O argentino está anunciando a venda do produto no próximo mês, destacando que o funcionamento do aparelho pode ser ilegal em alguns países.

A reportagem tenta contato com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O texto será atualizado tão logo haja manifestação.

Bloqueadores de sinais são proibidos no Brasil

Apesar de Baldini ter divulgado e estar vendendo o produto feito por ele, bloqueadores de sinais já existem e são proibidos no Brasil. A liberação é permitida apenas em alguns casos com autorização dos órgãos competentes, como a Anatel. "O uso de bloqueadores sem anuência da Agência ou em área de bloqueio diferente da permitida está previsto na Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472/1997) e configura atividade clandestina de telecomunicações, crime com pena de dois a quatro anos de detenção", afirmou o órgão em reportagem de 2021.

Os aparelhos têm a função de interferir ou bloquear a transmissão de sinais de comunicação, como rádio, Wi-Fi, GPS, Bluetooth, ou sinais de celular. Ao emitir ondas na mesma frequência do sinal de se deseja bloquear, ele cria uma interferência que dificulta ou impossibilita a comunicação entre os dispositivos, no caso do turista argentino, a caixa de som e, possivelmente, o celular.

O UOL Carros já mostrou que alguns "jammers" (bloqueadores, em português) —também conhecidos como capetinhas— são usados por criminosos. Os equipamentos são usados para roubo e furto de veículos. Quando está a serviço do crime, o capetinha serve para bloquear ou "embaralhar" o sinal de radiofrequência de rastreadores, que hoje vêm de fábrica em alguns automóveis e cuja instalação é exigida por muitas seguradoras para a contratação da apólice de caminhões e picapes a diesel.

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