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Pego com fone e cabo em panetone, kid preto pede a Moraes volta de visitas

Tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo, suspeito de planejar assassinato de Lula, em 2022 - Reprodução
Tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo, suspeito de planejar assassinato de Lula, em 2022 Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/01/2025 09h09

A defesa do tenente-coronel do Exército Rodrigo Bezerra de Azevedo voltou a pedir na quinta-feira (9) a retomada das visitas familiares ao militar, suspensas em dezembro.

O que aconteceu

Pedido ocorreu após a irmã do kid preto ter sido barrada no detector de metais com eletrônicos em um panetone. Dhebora Bezerra de Azevedo tentou entregar a ele um fone de ouvido, um cabo USB e um cartão de memória para celular, em 28 de dezembro.

Azevedo é suspeito de ter participado de plano para matar Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo a Polícia Federal, o plano foi elaborado no fim do governo Bolsonaro, em 2022. Desde novembro, o kid preto está preso no Comando Militar do Planalto, em Brasília.

Em 31 de dezembro, a defesa informou ter apresentado pedido de reconsideração da decisão. Os advogados do militar pediram que a aplicação de medidas restritivas fossem direcionadas exclusivamente à irmã de Azevedo. Em 2 de janeiro, uma nova decisão determinou que a polícia informasse sobre a eventual instauração de um inquérito pelo crime de introdução ilegal de aparelhos de comunicação em prisões.

Defesa alega ainda que a suspensão do direito de visitas "foi fundamentada exclusivamente em conduta atribuída" à irmã do militar. Segundo os advogados, ela já estaria impedida de realizar visitas ao irmão. "Essa medida [suspensão das visitas] só seria legítima se houvesse comprovação do envolvimento direto do custodiado ou se fosse constatado risco evidente à segurança do estabelecimento prisional", afirmam advogados.

Eles consideram medida "desproporcional". "Medida é inadequada, especialmente considerando que alternativas menos gravosas podem ser adotadas sem comprometer a segurança do estabelecimento prisional", dizem.

Petição enviada ao STF pede retomada das visitas de familiares habilitados. Entre eles, estão a esposa e a filha do militar. Caso o pedido seja indeferido, defesa afirma que os familiares "renunciam ao direito à privacidade das visitas, autorizando que todos os atos sejam devidamente acompanhados por militar designado", diz o documento.

Objetos escondidos em caixa de panetone

Itens estavam dentro de uma caixa de panetone lacrada. Descobertos quando a caixa foi submetida ao detector de metais, os objetos foram apreendidos, e as visitas de Dhebora a Azevedo foram suspensas pelo Comando Militar do Planalto.

Diante da situação, Moraes determinou em 30 de janeiro a suspensão das visitas ao militar. A decisão do ministro foi comunicada ao Comando Militar do Planalto e à Polícia Federal.

Ideia era matar Lula por envenenamento, diz PF. A execução do atual presidente aconteceria em 15 de dezembro de 2022. O policial federal Wladimir Matos Soares fez a segurança de Lula antes da posse e passava informações sobre o seu dia a dia a pessoas próximas a Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente derrotado nas eleições daquele ano, de acordo com a PF.

Militares chegaram a ir à casa de Moraes, outro alvo, em Brasília na ocasião. A investigação da Polícia Federal sobre o caso revelou, porém, que mensagens e registros de antenas de celular e deslocamento de carros indicam que eles desmobilizaram a operação de última hora após a sessão do STF que estava ocorrendo no dia ser encerrada mais cedo.

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