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Novas construções na Noruega terão abrigos antiaéreos para "preparar país para guerra"

10/01/2025 11h48

A Noruega anunciou nesta sexta-feira (10) que restabelecerá a exigência de construção de abrigos antiaéreos em novos edifícios. A norma integra um pacote de cem medidas propostas para aumentar o nível de preparação do país no caso de um conflito.

"No futuro, devemos levar em conta e nos preparar para lidar com crises e guerras", disse a ministra da Justiça norueguesa, Emilie Enger Mehl, que também é responsável por situações de emergência, ao apresentar o documento durante uma coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre

O governo de centro-esquerda defende que a construção de abrigos antiaéreos é uma necessidade, que foi demonstrada pela guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022. A Noruega, que é vizinha da Rússia e membro da OTAN, renunciou a essa obrigação em 1998, após o fim da Guerra Fria e a queda da União Soviética.

De acordo com o documento, o país terá agora abrigos com capacidade para receber cerca de 45% da sua população, um número bem menor se comparado aos 90% na Finlândia, 80% da Dinamarca e 70% da Suécia.

Entre as outras medidas previstas, está o aumento do número de reservistas da Defesa Civil, que deverá passar de 8 mil para 12 mil pessoas. Outra meta é melhorar a autonomia alimentar e atingir uma taxa de autossuficiência de 50% até 2030, e depender menos das exportações.

Coordenação cibernética

O governo norueguês também propõe uma melhor coordenação cibernética nos setores público e privado. O objetivo é desenvolver uma nova estratégia contra a desinformação e fortalecer o controle na aquisição de terras.

Segundo a imprensa norueguesa, nos últimos anos russos e pessoas de outras nacionalidades adquiriram propriedades perto de bases militares, por exemplo, ou outras estruturas "sensíveis".   

Além da ameaça de guerra, o plano elaborado pelo governo norueguês visa antecipar os riscos de sabotagem, operações híbridas, ataques informáticos, mas também pandemias ou eventos climáticos extremos.  

Embora a situação geopolítica seja "mais tensa", Støre reiterou que "não há nenhuma ameaça militar iminente contra o território norueguês". O governo atuamente está sem maioria no Parlamento e o projeto precisará do apoio dos partidos de oposição para ser aprovado, que deverá propor emendas.

Com informações da AFP

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