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Ibaneis diz querer distância de Lula e defende nome de Tarcísio para 2026

Ibaneis Rocha é do MDB, partido que está na base do governo Lula - Renato Alves/ Agência Brasília
Ibaneis Rocha é do MDB, partido que está na base do governo Lula Imagem: Renato Alves/ Agência Brasília
do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/01/2025 11h32

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse querer distância do presidente Lula (PT) e defendeu a união de partidos de centro-direita para 2026 e a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao Palácio do Planalto.

Em entrevista à revista Veja, Ibaneis afirmou: "No cenário ideal, o candidato deveria ser o Tarcísio de Freitas, tanto pela capacidade de diálogo e de interlocução, quanto por trazer o voto do bolsonarismo, que vai continuar sendo vital durante algum tempo".

"Não entro mais no Palácio do Planalto"

Ibaneis subiu o tom contra Lula, apesar de o seu partido compor do governo. Ele defendeu que o MDB dialogue com candidaturas de centro-direita.

Não conversei com o Baleia [Rossi, presidente do MDB] sobre esse assunto ainda, mas, se surgir um nome de centro, acredito que o partido caminha com esse nome.

O MDB vai continuar sendo o MDB. Vai liberar as alianças locais e aguardar a discussão da política nacional para ver se as legendas conseguem encontrar um nome de consenso. Eu mesmo quero distância do Lula.
Governador do DF, Ibaneis Rocha, para Veja

O governador também foi questionado sobre a declaração recente de que é "maltratado" pelo governo federal. "Depois de alguns episódios recentes, não entro mais no Palácio do Planalto. Não preciso ficar baixando a cabeça para eles", respondeu.

Quando ele [Lula] disse que eu era cúmplice do Bolsonaro no 8 de Janeiro, demonstrou que não quer ter nenhum tipo de relacionamento comigo. Foi uma fala infeliz.

"Situação não está boa para Bolsonaro"

Ibaneis afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá que sentar na mesa com outros partidos para definir um sucessor, pois dificilmente vai conseguir reverter sua inelegibilidade na Justiça.

Vai chegar um momento em que o Bolsonaro terá de sentar na mesa com os partidos políticos, porque ele não vai querer perder o espólio sem deixar o sucessor. Dificilmente o Supremo vai reverter a inelegibilidade.

Esse discurso de que é candidato é a defesa política dele. Já a defesa jurídica acho mais complicada. Quem conhece um pouquinho de direito sabe que a situação não está muito boa para ele. Bater de frente não funciona.

Para Ibaneis, a centro-direita deve construir uma alternativa para 2026.

Acho que agora, no início de 2025, os políticos vão conversar cada vez mais para encontrar um nome que seja o da pacificação. Será uma terceira via para valer. Melhor, não é nem a terceira via porque, se os partidos se juntarem, vai ser 'a' via

Ibaneis critica decisões do STF, mas elogia Moraes

Sem especificar quais, o governador disse que algumas decisões do Supremo "têm colocado mais lenha na fogueira do que ajudado a pacificar". Ibaneis também disse que as penas para os envolvidos no 8 de janeiro são extremadas. "Na minha avaliação, as pessoas que estavam lá estavam insufladas pela turma da extrema direita e não tinham intenção de dar um golpe de Estado", opinou.

Apesar das críticas ao STF, o emedebista disse que o ministro Alexandre de Moraes tem feito um trabalho de preservação da democracia, inclusive quando o afastou do cargo, após o 8 de janeiro.

De certo modo, o ministro Alexandre tem feito um trabalho até de preservação da democracia, porque tem muita coisa que espanta, como o plano de assassinato do presidente Lula.

As decisões, muito bem fundamentadas, têm sido mantidas pela Turma ou pelo Plenário do tribunal. Quando fui afastado do cargo, entendi que o ministro tinha que dar um recado a todos os governadores para não embarcarem nessa. Ele não sabia quem estava de um lado ou de outro. Respeito a decisão dele.

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