A mudança na Secom (Secretaria de Comunicação Social) não será suficiente para melhorar a imagem do governo Lula, caso se mantenha a percepção entre os brasileiros de que o custo de vida e a inflação estão altos, disse o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta quinta (9).
Paulo Pimenta deixou a Secom e foi substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira. O novo ministro, porém, pagou uma multa para encerrar uma ação com acusações de fraudes na execução de serviços de publicidade com o governo da Bahia, como revelou reportagem exclusiva do UOL.
O governo teve uma aula a céu aberto do que foi a campanha de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos. Lá, como no Brasil, o desemprego caiu a níveis historicamente baixos, o PIB aumentou mais do que em outros países e a renda cresceu, mas com inflação alta. No Brasil, isso influencia arroz, feijão, picanha. Nos EUA, aluguel e hipoteca.
Kamala não conseguiu dar uma resposta para a redução da percepção da qualidade de vida. No Brasil, essa é a grande discussão. Não adianta; não há comunicação que resolva se a inflação não baixar. Você não convencerá as pessoas de que está tudo bem se isso não acontecer. Caso contrário, o governo terá um problema.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Para Sakamoto, o setor de comunicação do governo federal precisa de um "chacoalhão" e corrigir problemas elementares que o fizeram perder terreno para os opositores no universo digital.
É claro que a comunicação do governo tem problemas, principalmente nas redes sociais. A forma como o governo se comunica não é a mesma da Secom. Quando se fala em comunicação do governo, é preciso haver uma centralidade. Há coisas básicas que não foram feitas na articulação política, na comunicação e na parte de redes de uma maneira geral. É necessário um chacoalhão.
Há uma parte da comunicação que não resolverá a questão institucional. Aí teria que ver PT, bases, movimentos sociais e grupos que apoiam o governo. É uma comunicação de guerrilha, mais ativa, de engajamento, que não são de responsabilidade do governo, mas de quem o apoia. É preciso haver um diálogo centralizado no PT e nesses movimentos da mesma forma que o bolsonarismo tinha. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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