É falso que Brasil suspenderá acesso às redes sociais; vídeo é antigo
Publicações que circulam pela internet enganam ao afirmar que as redes sociais serão suspensas no Brasil a partir deste mês.
Os posts desinformativos tiram de contexto e tratam como se fosse atual o trecho de uma reportagem exibida pelo Jornal da Record em agosto de 2024 sobre a retirada do ar do X (antigo Twitter).
O que diz o post
A publicação contém o trecho de uma reportagem do Jornal da Record. "Assim que os provedores de internet forem suspendendo a plataforma aqui no país, os usuários vão começar a receber alguns avisos, como por exemplo 'página não encontrada' ou então 'erro de conexão'", explica o repórter Aguiar Júnior. Não há qualquer menção sobre a data em que a matéria foi ao ar, nem quais redes sociais foram afetadas pelas medidas descritas.
Sobreposta à imagem, é colocada a data 02/01/2025 e a frase: Quem usa rede social precisa fica atento porque assim que o provedor de internet forem suspendendo", insinuando que, a partir da data citada, os provedores de internet suspenderão o acesso dos usuários brasileiros às redes sociais.
Por que é falso
Posts usam vídeo antigo sobre saída do X do ar. Em busca realizada no perfil oficial do Jornal da Record no YouTube (aqui), verifica-se que a reportagem utilizada nas publicações enganosas foi ao ar em 31 de agosto de 2024. No vídeo na íntegra (aqui e abaixo), a matéria explica a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de suspender o X no Brasil. As postagens desinformativas recortaram as imagens de forma a esconder a tarja "Operadoras começam a tirar rede social 'X' do ar" e confundir quem as recebesse.
X voltou ao ar no Brasil em outubro. A rede social, pertencente ao empresário Elon Musk, ficou suspensa por mais de um mês no país. Moraes baseou sua decisão a partir do descumprimento recorrente de ordens judiciais e pela ausência de um representante legal da empresa no Brasil, exigência obrigatória para companhias atuantes no país (aqui). O ministro do STF autorizou a volta do X ao ar após a plataforma oferecer garantias de que seguiria a legislação brasileira, além de pagar multas em torno de R$ 28 milhões (aqui).
Discussão sobre redes sociais volta à tona após anúncio de Mark Zuckerberg. O CEO da Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou na terça (7) o fim do atual sistema de checagem de fatos por agências profissionais, substituindo-o por notas da comunidade, semelhante ao utilizado pelo X (aqui). Sem citar provas, Zuckerberg disse, sem apresentar provas, que existem "cortes secretas na América Latina" e "institucionalização da censura na Europa" (aqui).
Viralização. Até a tarde desta quinta (9), uma postagem no Instagram tinha mais de 7 mil curtidas.
Este conteúdo também foi checado pelo Estadão.
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