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Premiê da Itália prevê que Trump defenderá interesses do Ocidente e se envolverá com a Ucrânia

09/01/2025 12h16

Por Angelo Amante e Crispian Balmer

ROMA (Reuters) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, uma das líderes europeias mais próximas de Donald Trump, disse nesta quinta-feira que acredita que o presidente eleito dos Estados Unidos defenderá os interesses do Ocidente quando assumir o cargo e não abandonará a Ucrânia.

Meloni viajou para o Estado da Flórida no último fim de semana para conversar com Trump, recebendo elogios do presidente eleito, que a chamou de "uma mulher fantástica".

Em uma coletiva de imprensa em Roma, Meloni disse que recebeu um convite para a posse de Trump em 20 de janeiro e que está ansiosa para encaixá-la em sua agenda.

"Se eu puder, irei com prazer", disse ela aos repórteres.

Apoiadores de Meloni esperam que a líder conservadora tenha acesso privilegiado a Trump nos próximos quatro anos e se torne uma ponte entre Washington e a Europa.

Ela usou a coletiva de imprensa de duas horas desta quinta-feira para dissipar as preocupações de que Trump pode romper com os tradicionais aliados europeus de Washington ao perseguir sua agenda.

Trump alarmou muitos governos ocidentais nesta semana, quando se recusou a descartar o uso de ações militares ou econômicas para buscar a aquisição do Canal do Panamá e da Groenlândia, e também lançou a ideia de transformar o Canadá em um Estado norte-americano.

"Com relação à questão da Groenlândia e do Panamá, sinto-me confiante em excluir a possibilidade de que os EUA tentem anexar territórios de seu interesse pela força nos próximos anos", disse Meloni.

Ela disse que Trump estava simplesmente sinalizando que não deixará que as principais preocupações estratégicas dos Estados Unidos caíam sob o domínio de adversários estrangeiros, como a China.

"Minha opinião é que essas declarações são uma maneira vigorosa de dizer que os Estados Unidos não ficarão de braços cruzados enquanto outros grandes atores globais avançam em áreas que são de interesse estratégico para os Estados Unidos e, eu acrescentaria, para o Ocidente", disse Meloni.

Meloni também rejeitou a especulação de que Trump deixará de apoiar a Ucrânia e tentará forçá-la a aceitar termos desfavoráveis para encerrar sua guerra de quase três anos com a Rússia.

"Não espero que os Estados Unidos se afastem da Ucrânia", disse Meloni, acrescentando que a única maneira de persuadir Moscou a negociar é se ela estiver em uma posição difícil.

"Trump tem a capacidade de equilibrar a diplomacia e a dissuasão e prevejo que esse também será o caso desta vez."

A única crítica de Meloni ao programa proposto por Trump foi sobre sua promessa de impor tarifas sobre as importações para os EUA.

"Acho que as tarifas não são a solução certa, mas acredito que é possível encontrar soluções conversando com os parceiros da União Europeia e com os EUA", disse ela.

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