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Venezuela: Após anunciar prisão, oposição diz que María Corina foi solta

do UOL

Do UOL, em São Paulo

09/01/2025 16h49Atualizada em 09/01/2025 18h31

A oposição venezuelana anunciou que a líder María Corina Machado, 57, foi solta nesta quinta-feira (9). Mais cedo, o movimento Vente Venezuela divulgou que a mulher foi presa após ser "violentamente interceptada" ao deixar uma manifestação contra a posse do presidente Nicolás Maduro na região de Caracas.

Maduro irá tomar posse na sexta-feira (10) para o seu terceiro mandato consecutivo de seis anos.

O que aconteceu

A prisão foi informada à AFP uma fonte próxima à dirigente e a situação também foi divulgada pelo partido da opositora. A equipe política (Comando de Campanha Nacional de Corina e Edmundo González) denunciou na rede social X que a opositora "foi violentamente interceptada ao deixar a concentração".

A mensagem afirma que agentes do regime "dispararam contra as motocicletas que a transportavam", sem fornecer mais detalhes. A publicação foi compartilhada no perfil de Corina.

No X, Edmundo González, que afirmar ter ganhados às eleições venezuelanas, exigiu a liberação da opositora. "Como presidente eleito, exijo a libertação imediata de María Corina Machado. Às forças de segurança que a sequestraram eu digo: não brinquem com fogo". Antes, o político havia divulgado que a mulher estava nas ruas de Caracas e acrescentou: "Glória às pessoas corajosas!".

No início da noite desta quinta-feira (9), a equipe de Corina divulgou a liberação dela. "Hoje, saindo da concentração em Chacao, em Caracas, María Corina foi interceptada e derrubada da motocicleta que dirigia. (...) Eles a levaram embora à força. Durante o período do sequestro, ela foi obrigada a gravar vários vídeos e posteriormente foi libertada. Nas próximas horas ela se dirigirá ao país para explicar os fatos."

Após a denúncia de prisão, o ministro da Informação da Venezuela disse que as notícias eram uma "distração da mídia". "A tática de distração da mídia não é nova, portanto ninguém deve se surpreender. Menos ainda vindo de fascistas que são os arquitetos do engano. Há poucos minutos, a direita vendeu a ideia de que [Corina] havia sido atacada e detida por 'motociclistas do regime'", disse Freddy Ñáñez na plataforma de mídia social Telegram.

Mais cedo, Corina participou de uma manifestação contra Maduro após meses sem aparecer publicamente. "Isso acabou.
A VENEZUELA SERÁ LIVRE", escreveu na rede social junto a uma foto dela no protesto. "VENCEMOS E SUPERAMOS O MEDO. Nada é impossível se todos nós, venezuelanos, caminharmos juntos, unidos", continuou em outra publicação.

Corina participou de manifestação contra Maduro

Opositora saiu da clandestinidade para liderar nesta quinta-feira (9) um protesto contra a posse do presidente. Machado chegou em uma caminhonete na concentração no bairro comercial de Chacao, em Caracas, observaram jornalistas da AFP.

"A Venezuela é livre!", exclamou diante dos manifestantes na véspera da posse do governante chavista. Vestida de branco e com uma bandeira em cima de um veículo, Machado chegou na concentração no bairro comercial de Chacao, em Caracas. Sua última aparição pública havia sido em 28 de agosto, um mês após as eleições que a oposição afirma que Maduro "roubou" de seu candidato Edmundo.

"Hoje toda a Venezuela foi para as ruas", celebrou Machado diante de milhares de apoiadores, com quem antes cantou o hino nacional. "Não temos medo!", repetiu, seguindo o coro dos manifestantes. "Chegamos até aqui porque tivemos uma estratégia robusta", continuou. "A partir de hoje, estamos em uma nova fase. A Venezuela é livre, vamos continuar."

Ela chegou a compartilhar publicações no X sobre a sua participação no evento. Em um dos vídeos, com o punho cerrado, Corina, em cima de uma caminhonete, ouvia os gritos de "Liberdade" dos manifestantes.

Posse de Maduro

Os chavistas também convocaram um ato paralelo para apoiar Maduro, que assumirá seu controverso terceiro mandato, em meio a uma nova onda de prisões de opositores e líderes da sociedade civil que gerou condenação internacional. A cerimônia de posse presidencial está marcada para sexta-feira no Parlamento, controlado pelo chavismo.

Edmundo, que pediu asilo na Espanha em 8 de setembro após ser alvo de um mandado de prisão, declarou que deseja voltar à Venezuela para assumir o poder. "Nos veremos muito em breve em Caracas, em liberdade", prometeu em um evento na República Dominicana, última parada de um giro que anteriormente o levou à Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Panamá. Seu próximo destino é incerto: ele quer voar para a Venezuela e assumir o poder, mas o plano parece improvável.

As autoridades venezuelanas oferecem 100 mil dólares (R$ 613 mil) pela captura de Edmundo. Eles já advertiram que, se o político desembarcar no país, "será preso imediatamente" e seus acompanhantes internacionais tratados como "invasores".

(Com AFP)

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