Dólar cai mais de 1% e fecha abaixo de R$6,05 em dia de ajustes e liquidez menor
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caiu mais de 1% nesta quinta-feira, para abaixo de 6,05 reais, em sessão de baixa liquidez por conta dos mercados fechados nos Estados Unidos, com investidores retirando dos preços parte dos excessos do fim de 2024, em meio à agenda esvaziada no Brasil.
O dólar à vista fechou em baixa de 1,10%, aos 6,0431 reais. Às 17h02 na B3 o dólar para fevereiro -- atualmente o mais líquido -- cedia 0,87%, aos 6,0775 reais. Neste horário haviam sido negociados pouco mais de 175 mil contratos de dólar para fevereiro, um montante inferior ao que é visto em dias comuns.
Com a bolsa norte-americana fechada nesta quinta-feira e os Treasuries operando em horário reduzido em função do funeral do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, a liquidez no mercado brasileiro diminuiu, amplificando a volatilidade em alguns momentos.
A alta da moeda norte-americana no exterior chegou a influenciar o câmbio local no início do dia, mas posteriormente prevaleceu o movimento mais recente de ajuste de cotações. Parte do mercado seguiu eliminando os exageros de preços tanto no câmbio quanto no mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros).
Neste cenário, após marcar a cotação máxima de 6,1233 reais (+0,21%) às 9h31, ainda na primeira hora de negócios, o dólar à vista atingiu a mínima de 6,0377 reais (-1,19%) às 16h10, já perto do fechamento.
“Estamos vendo o dólar extremamente forte lá fora. Mas se surgirem dados de emprego ou de inflação mais fracos nos EUA, ou se o (presidente eleito, Donald) Trump não fizer o que se imagina em matéria de elevação de tarifas, há espaço para o dólar dar uma recuada no exterior, em direção a 106 ou 105”, avaliou durante a tarde o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em referência às cotações do dólar index, que compara a moeda norte-americana a uma cesta de divisas fortes.
“Isso poderia levar a uma valorização adicional do real, em direção a (um dólar de) 5,90 reais, caso não surjam notícias negativas por aqui”, acrescentou.
Nos últimos meses, a expectativa de que Trump possa adotar tarifas mais elevadas sobre os produtos importados tem sustentado o dólar ao redor do mundo, em meio à percepção de que isso gerará mais inflação e juros mais altos nos EUA.
Às 17h09, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,12%, a 109,150.
Pela manhã o Banco Central vendeu 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de fevereiro de 2025.