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OPINIÃO

Tales: Janja disse verdades no ato do 8/1 que não era ela que deveria falar

do UOL

Colaboração para o UOL

08/01/2025 11h40Atualizada em 08/01/2025 11h56

O discurso feito pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, no evento que recorda os atos golpistas de 8/1 reforça que a cerimônia se tornou algo partidário, e não uma defesa ampla da democracia, disse o colunista Tales Faria no UOL News desta quarta (8).

Janja falou que o "ódio continua estimulando discursos fascistas e autoritários", sem mencionar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou seus apoiadores.

O que ela falou está correto. A resposta é a união e o combate às ameaças à democracia. Tudo isso está certo; só o que não está certo é ela ter falado. Alguém precisava ter dito na preparação desse ato que isso estava errado. Mas quem é que vai dizer isso se ela está falando com o aval do presidente?

Concordo com a maior parte das ideias dela, mas ela não devia estar falando nesse ato. Esse evento não devia ser partidário. Não foi só o Palácio do Planalto invadido; foram também o Supremo Tribunal Federal, o Congresso, a praça dos Três Poderes e a democracia que sofreram um ataque.
Tales Faria, colunista do UOL

Para Tales, seriam mais relevantes os discursos de representantes de outras instituições atacadas nos atos golpistas, o que evidencia a falha do governo federal ao organizar o evento.

Ela tem o direito de aparecer e de ter uma atuação política como outras primeiras-damas tiveram. Mas precisa estar submetida à estrutura do governo. Ela não pode se meter no ministério e resolver atuar como ministra da Comunicação, por exemplo.

Todas as instituições que mantiveram a resistência ao ataque à democracia deveriam estar lá. Aí vem a esposa do presidente ser a primeira a falar. Não faz sentido. Será que não há ninguém lá para falar que isso aí é ruim?
Tales Faria, colunista do UOL

Tales: Falha em ato de 8/1 se deve à incompetência e ao hegemonismo do PT

Na avaliação de Tales, dois fatores ajudam a explicar a baixa mobilização em torno do ato promovido hoje pelo governo federal: falhas na organização e na articulação, além de o PT transformar a cerimônia em algo partidário.

É uma mistura de incompetência com hegemonismo do PT, que quis tratar as coisas como um ato para as esquerdas. É um ato pela democracia e deveria ter reunido todos os partidos, que estão interessados em manter a democracia - inclusive uma boa parcela do partido do Bolsonaro [PL]. Não fazia sentido promover esse ato com uma conotação político-partidária.

Pelo jeito, não houve uma articulação com o Supremo e com o Congresso, por exemplo. Isso era fundamental. Houve no ano passado, e o ato [de 2024] foi absolutamente pacífico e com o apoio de todos os setores. Nesse ano, não foi colocado assim e isso foi uma grande falha. Tales Faria, colunista do UOL

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