Reino Unido passa a exigir autorização para escalas e viagens curtas de brasileiros
A partir desta quarta-feira (8) os brasileiros em viagem ao Reino Unido precisarão de uma autorização digital para entrar no país. A exigência da autorização de viagem eletrônica - ETA na sigla em inglês - passa a valer para portadores de passaporte brasileiro em viagem de turismo ou negócios de no máximo seis meses e até mesmo para quem fizer apenas uma escala no Reino Unido.
Já os brasileiros que planejam passar mais de seis meses no país devem, como de costume, solicitar o visto.
O novo documento deve ser preenchido eletronicamente no site ou aplicativo do governo britânico mediante pagamento de 10 libras esterlinas, cerca de R$ 78. O processo é simples e exige apenas a cópia do passaporte e uma foto.
Em cerca de três dias úteis, o viajante recebe um email oficial informando se a autorização foi aprovada. O documento é válido por dois anos. O processo digital vincula o número do passaporte ao ETA, sem a necessidade de impressão em papel. Ainda assim, a autorização não dá garantia de entrada no Reino Unido e o brasileiro terá de passar pela imigração no desembarque.
O Brasil entra na lista com outros 47 países isentos de visto, entre eles Estados Unidos, Argentina, Mexico e Japão. A partir de abril o ETA passa a ser exigido também para os viajantes europeus.
A medida faz parte dos esforços do governo do Reino Unido para digitalizar seu sistema de gestão de fronteiras. O Ministério do Interior afirma que isso garantirá "verificações de segurança mais robustas".
Os Estados Unidos e a Austrália introduziram sistemas semelhantes. A União Europeia prevê fazer o mesmo em meados de 2025, com o ETIAS (Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagens), uma autorização válida por três anos que terá um custo de ? 7, aproximadamente R$ 44. Cerca de 60 países serão afetados, incluindo Estados Unidos, Canadá, Brasil e Reino Unido.
Consequências
O governo britânico introduziu o sistema em novembro de 2023, inicialmente para cidadãos do Catar. No início de 2024, o ETA foi estendido a pessoas do Bahrein, Kuwait, Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
O sistema é criticado pelo setor ligado ao turismo. De acordo com o aeroporto de Heathrow, nas proximidades de Londres, a autorização eletrônica causou uma queda do número de passageiros transitando pelo Reino Unido e disse que o sistema é "devastador para a competitividade".
Somente Estados Unidos, Canadá e Austrália representam cada ano 6 milhões de viajantes no Reino Unido, segundo o Ministério britânico do Interior.
A autorização não se aplica aos cidadãos de países que precisam de visto para entrar no Reino Unido, entre eles chineses, indianos ou sul-africanos.
(Com AFP)