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Oposição critica ato do governo sobre dois anos do 8/1: 'Palanque'

Presidente Lula e primeira-dama Janja durante evento de dois anos do 8 de Janeiro - Gabriela Biló/ Folhapress
Presidente Lula e primeira-dama Janja durante evento de dois anos do 8 de Janeiro Imagem: Gabriela Biló/ Folhapress
do UOL

Do UOL, em São Paulo

08/01/2025 14h43

Os atos do governo Lula (PT) sobre os dois anos dos ataques golpistas de 8 de janeiro foi alvo de críticas de senadores e deputados da oposição e apoiadores de Bolsonaro.

O que aconteceu

Com a presença de nomes do governo, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), comandantes das Forças Armadas e governadores aliados, o evento foi classificado como "palanque" pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). "Democracia forte é menos palanque e mais trabalho".

Nada mais importante do que a democracia. Democracia forte é abalada com dólar a mais de R$ 6,20, gasolina a R$ 6,50, picanha cada vez mais longe do prato dos brasileiros, rombo fiscal que destrói o valor das empresas e destrói empregos, juros nas alturas. Por tudo isso, o governo fazer um palanque em palácio no 8 de janeiro não ajuda nada e só atrapalha. O assunto já está mais do que discutido.
Ciro Nogueira, em publicação no X

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) diz que o governo tirou "proveito dos fatos desastrosos do 8/1". "Lula e seus comparsas fazem questão de usar o dia de hoje para reforçar a narrativa de tentativa de golpe no dia 8 de janeiro, que hoje completa dois anos. Quem tem mais de dois neurônios e não está imbuído nessa farsa, sabe muito bem quem tirou proveito dos fatos desastrosos do dia 8/1", disse ela, em postagem no X.

Líder da oposição na Câmara dos Deputados, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) também criticou o ato e a presença de membros do Judicário. "A Justiça, com 'J' maiúsculo, não deveria ter lado".

O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que o país precisa de "pacificação". "Estamos vivendo um momento sombrio, marcado por inquéritos intermináveis e decisões arbitrárias que minam a confiança nas instituições. É hora de defender a liberdade, exigir igualdade perante a lei e resistir aos excessos de quem deveria proteger a democracia. O Brasil necessita de pacificação e da restauração da normalidade democrática, o que só será possível com uma Justiça isenta e igual para todos", completou o congressista".

O momento em que o presidente se chamou de "amante da democracia" foi alvo de ironia do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). "Inaugurada a nova temporada de 'gafes'", disse ele.

Lideranças da extrema direita estão reunidas em live que deve ser transmitida até 22h. "Dois anos de farsa" foi o título escolhido para a transmissão no YouTube.

Eles cobraram direitos humanos para os golpistas presos pela tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Na transmissão, eles pediram doações para a iniciativa que pede anistia.

Os atos e "ainda estamos aqui"

Gritos de "sem anistia" marcaram o evento oficial no salão nobre do Planalto. Com público majoritariamente apoiador de Lula, as autoridades foram recebidas com aplausos e gritos de "sem anistia", após a execução do Hino Nacional, cantado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes.

O evento teve diversas referências ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), embora nunca citado pelas autoridades. "Cadeia para o genocida", gritou outro apoiador, após o discurso de Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça.

Hoje é dia de dizer em alto e bom som, ainda estamos aqui. Estamos aqui para fizer que estamos vivos, que a democracia está viva ao contrário do que planejam golpistas de 8 janeiro de 2023. Estamos aqui, mulheres e homens, de diferentes origens, crenças, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui pra dizer alto e bom som: ditadura nunca mais, democracia sempre.
Lula

Fala lembra o filme de Walter Salles "Ainda Estou Aqui". A obra teve a atuação de Fernanda Torres, que recebeu o Globo de Ouro no último domingo (5) por interpretar Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, assassinado durante a ditadura militar no Brasil.

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