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Acordo sobre trégua na Faixa de Gaza "está próximo", diz Blinken em Paris

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em foto de 1º de agosto de 2024 - B. Rentsendorj/Reuters
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em foto de 1º de agosto de 2024 Imagem: B. Rentsendorj/Reuters

08/01/2025 16h41Atualizada em 08/01/2025 17h33

De passagem por Paris nesta quarta-feira (8), o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que um acordo para uma trégua na Faixa de Gaza, negociado indiretamente entre Israel e o Hamas, no Catar, estava "muito próximo".

Há mais de um ano, os Estados Unidos, o Egito e o Catar estão envolvidos em negociações para um cessar-fogo e a libertação de reféns ainda detidos em Gaza, desde o ataque do Hamas a Israel no dia 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra.

"No Médio Oriente, estamos muito perto de um cessar-fogo e de um acordo de reféns", disse Blinken numa conferência de imprensa com o seu homólogo francês, Jean-Noël Barrot.

Blinken também falou sobre a situação no Líbano. De acordo com o chefe da diplomacia norte-americana, é possível pensar em uma "paz duradoura", no momento em que as tropas israelenses começaram a se retirar do sul do país. "O cessar-fogo se mantém" entre Israel e o movimento libanês Hezbollah, quase um mês após a sua entrada em vigor", saudou. "Vimos recentemente a retirada de mais de um terço das forças israelenses do Líbano. Penso que o cessar-fogo pode ser uma ponte para uma paz duradoura", afirmou Blinken.

A trégua entrou em vigor em 27 de novembro, após dois meses de guerra aberta entre Israel e o movimento islâmico pró-iraniano.

Blinken reage a Musk

Quanto às provocações de Elon Musk de que a quantidade excessiva de leis "institucionalizam a censura na Europa", Blinken defendeu o direito de expressão do milionário americano. "Elon Musk expressa as suas opiniões como cidadão e tem o direito de fazê-lo", sublinhou nesta quarta-feira o secretário de Estado americano. "Os cidadãos do nosso país podem dizer o que quiserem", declarou o chefe da diplomacia americana durante uma conferência de imprensa em Paris, acompanhado de Jean-Noël Barrot. "Ele, como todo americano, tem o direito de expor suas opiniões", comentou.

Há semanas, Elon Musk vem aumentando as provocações em sua rede social, a ponto de o chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, instar Bruxelas a proteger os Estados-membros da UE contra interferências no debate público europeu. "Ou a Comissão Europeia aplica com a maior firmeza as leis para proteger o nosso espaço público, ou não o faz e então terá de concordar em devolver aos Estados-membros da UE a capacidade para fazê-lo", disse Barrot.

Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, acusou o magnata da tecnologia de "atacar abertamente (as) instituições" e de "incitar o ódio".

Groenlândia "não será anexada"

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, rejeitou nesta quarta-feira a ideia de anexação da Groenlândia levantada pelo presidente eleito Donald Trump, garantindo que tal intervenção militar não ocorreria. "A ideia expressa sobre a Groenlândia obviamente não é boa, mas talvez o mais importante é que isso não vai acontecer", disse Blinken em Paris.

Menos de duas semanas antes de tomar posse na Casa Branca, o bilionário republicano fez exigências territoriais neste território autônomo da Dinamarca. Numa conferência na sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida, Trump reiterou suas ambições de anexar também o Canal do Panamá, recusando-se a descartar o uso da força, numa conferência de imprensa com um tom provocador, gerando firmes respostas dos países envolvidos.

As capitais europeias reagiram rapidamente. O chanceler alemão, Olaf Scholz, expressou uma "certa incompreensão" entre os líderes europeus.

A União Europeia avaliou as ameaças de Donald Trump de anexar a Groenlândia como extremamente "hipotéticas".

Para o chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, "não há chance" de que a União Europeia deixe países "atacarem fronteiras soberanas".

O ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, apelou à calma e disse que seu país está aberto a "um diálogo com os americanos" sobre cooperação no Ártico.

(Com AFP)

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