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Peru apoia líder opositor da Venezuela e não reconhece reeleição de Maduro

07/01/2025 08h03

A presidente do Peru, Dina Boluarte, reiterou na segunda-feira seu apoio ao líder da oposição venezuelano, Edmundo González Urrutia, com quem conversou em uma videoconferência em que ratificou que seu governo não reconhece o resultado das eleições venezuelanas, que deram a vitória ao presidente Nicolás Maduro.

Boluarte teve "uma conversa frutífera por videoconferência com @EdmundoGU, a quem reconheceu sua liderança, coragem e bravura em todas as suas ações desenvolvidas em nível internacional em favor da democracia na Venezuela", informou a presidência peruana por meio do X.

Na conversa, a presidente reiterou que seu governo "não reconhece os resultados das eleições de 28 de julho de 2024, conforme anunciado pela autoridade eleitoral, uma vez que as leis venezuelanas foram violadas, ignorando assim a vontade legítima do povo venezuelano, claramente expressa nesse processo".

A videoconferência, na qual Boluarte foi acompanhada no palácio presidencial por seu ministro das Relações Exteriores, Elmer Schialer, também contou com a presença da líder da oposição María Corina Machado e de González Urrutia.

A presidência peruana não especificou onde estavam seus interlocutores venezuelanos.

"Também foi ratificada a disposição do governo peruano de ajudar a garantir que o novo governo que se inicia na Venezuela tenha a legitimidade e a legalidade do voto popular", acrescentou a declaração presidencial.

Boluarte aproveitou a conversa para convidar González Urrutia a visitar o país sul-americano, que não fez parte do recente giro pela região, com paradas na Argentina e no Uruguai.

O governo peruano nunca reconheceu os resultados das eleições venezuelanas de julho passado e exigiu que Caracas divulgasse os resultados do processo.

Lima tem tido posições contraditórias sobre o reconhecimento de González Urrutia como presidente eleito.

Em 30 de julho, o então ministro das Relações Exteriores, Javier Gonzáles Olaechea, disse que seu governo o reconhecia como vencedor e presidente, mas no início de setembro ele renunciou quando o chefe de gabinete Gustavo Adrianzén o rejeitou após declarar que o candidato da oposição venezuelana "não pode ser o presidente eleito. Não temos nenhuma comunicação oficial do Estado peruano reconhecendo esse status para o Sr. González Urrutia".

"Pedimos uma recontagem de votos", disse o braço direito de Boluarte na época.

A Venezuela rompeu relações com o Peru como resultado da declaração do então ministro das Relações Exteriores e não recuou, retirando sua equipe diplomática de Lima.    

ljc/ag/dd/aa

© Agence France-Presse

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