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ONU diz que Irã executou mais de 900 pessoas em 2024, incluindo dezenas de mulheres

Mulheres protestam no Irã  - IRNA
Mulheres protestam no Irã Imagem: IRNA

Emma Farge;

Do UOL, em São Paulo

07/01/2025 13h42

O número de pessoas executadas no Irã subiu para 901 no ano passado, incluindo 31 mulheres, algumas das quais foram condenadas por assassinar seus maridos para evitar estupro ou depois de serem forçadas a se casar, disse o escritório de direitos humanos da ONU nesta terça-feira (7).

A maioria das execuções foi por delitos relacionados a drogas, mas dissidentes políticos e pessoas ligadas a protestos em massa em 2022 pela morte sob custódia policial de uma mulher de 22 anos também estavam entre as vítimas, disse o comunicado da ONU.

"É profundamente perturbador que, mais uma vez, vejamos um aumento no número de pessoas sujeitas à pena de morte no Irã ano após ano", disse o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, em um comunicado enviado a jornalistas. "Já é hora de o Irã conter essa onda crescente de execuções."

No total, pelo menos 901 pessoas foram executadas por enforcamento no ano passado na República Islâmica, em comparação com 853 em 2023, disse o escritório de direitos da ONU. Esse foi o número mais alto desde 2015, quando 972 pessoas foram executadas.

A missão diplomática do Irã em Genebra não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a declaração da ONU.

Os protestos de 2022, que provocaram alguns dos piores tumultos desde a Revolução Islâmica de 1979, ocorreram após a morte, em detenção policial, da iraniana curda Mahsa Amini, que foi presa por supostamente desrespeitar o código de vestimenta obrigatório do Irã.

Pelo menos 31 mulheres foram executadas em 2024, disse a porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, Liz Throssell, a repórteres em uma coletiva de imprensa em Genebra, representando o que ela disse ser o maior número em pelo menos 15 anos.

"A maioria dos casos envolveu acusações de assassinato. Um número significativo de mulheres foi vítima de violência doméstica, casamento infantil ou casamento forçado", acrescentou.

Uma das mulheres executadas por assassinato havia matado o marido para impedir que ele estuprasse sua filha, disse Throssell à Reuters após a reunião.

Masoud Pezeshkian, um reformista que venceu a eleição para presidente do Irã em julho de 2024, fez promessas durante sua campanha para proteger melhor os direitos das mulheres e das minorias.

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