Indonésia agradece à Rússia e ao Brasil pelo apoio à entrada do país no Brics
A imprensa francesa destaca nesta terça-feira (7) a entrada formal da Indonésia no Brics, anunciada ontem pela presidência brasileira do grupo, iniciada em 1° de janeiro. O ingresso da maior economia do sudeste asiático no bloco "mostra o papel cada vez mais ativo da Indonésia nas questões globais e o seu compromisso em reforçar a cooperação multilateral para criar uma estrutura global mais inclusiva e justa", disse hoje, em comunicado, o ministro indonésio das Relações Exteriores.
A candidatura da Indonésia foi aprovada na cúpula do Brics de 2023, realizada em Joanesburgo, na África do Sul. Mas como o país estava para eleger um novo presidente, na época, houve uma espera para a formação do novo governo, o que aconteceu em 2024, e a confirmação do interesse por parte do país asiático. Em seu comunicado à imprensa, a Indonésia agradece particularmente à Rússia e ao Brasil por terem facilitado a integração do país.
A partir de 2024, seis novos integrantes foram adicionados ao grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
Mas com a chegada de Xavier Milei à Casa Rosada, o presidente argentino anunciou que o país não faria mais parte do grupo de emergentes. Aliado do republicano Donald Trump, adepto de políticas comerciais agressivas, orientadas pelos interesses exclusivos dos americanos, Milei alegou que as diretrizes da política externa de seu governo tinham mudado em relação ao governo anterior.
No atual formato reforçado pela Indonésia, o Brics se torna um contrapeso importante diante dos países ocidentais, principalmente do G7, diz o jornal francês Le Figaro.
Entre as prioridades da presidência brasileira em 2025 estão o fortalecimento da cooperação entre países do Sul Global, a reforma das instituições multilaterais e "o desenvolvimento de meios de pagamento" para facilitar o comércio e os investimentos entre os países membros sem passar pelo dólar americano.
Mas o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de 100% aos países do grupo, caso tentem acabar com o domínio internacional do dólar.