IGP-DI desacelera alta a 0,87% em dezembro e encerra 2024 com avanço de 6,86%, diz FGV
SÃO PAULO (Reuters) - O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou sua alta em dezembro, mas ficou acima do esperado ao registrar avanço de 0,87%, depois de subir 1,18% no mês anterior, encerrando 2024 com um ganho de 6,86%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira.
A expectativa em pesquisa da Reuters com economistas era de uma alta de 0,78% no mês.
"A inflação entre os Produtos Agropecuários do IPA apresentou alta de 0,63% (em dezembro), uma desaceleração significativa em relação aos 3,50% registrados em novembro. Essa alta menos intensa foi impulsionada pela redução nos preços de commodities importantes no índice, como soja e bovinos", explicou André Braz, economista do FGV IBRE.
"No entanto, o recuo do IGP-DI não foi mais expressivo devido às pressões inflacionárias captadas pelo IPC, principalmente por conta da alta nos preços dos alimentos, e no setor de construção civil, influenciado pelo aumento nos custos dos materiais", completou.
No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, desacelerou e passou a subir 1,08% em dezembro, de alta de 1,66% no mês anterior, fechando o ano com avanço acumulado de 7,72%.
No IPA, a alta nas Matérias-Primas Brutas foi o maior destaque para o movimento de dezembro, avançando 1,52% no mês, uma desaceleração significativa em relação ao ganho de 3,38% em novembro.
As principais contribuições para o movimento das matérias-primas brutas vieram dos itens bovinos (10,53% para -2,04%), soja em grão (3,34% para -3,63%) e milho em grão (7,88% para 0,25%).
Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) -- que responde por 30% do IGP-DI -- voltou a subir, moderando a desaceleração do índice geral, com alta de 0,31% em dezembro, ante uma queda de 0,13% no mês anterior. Em 2024 o IPC subiu 3,99%.
Houve acréscimo em dezembro em seis das oito classes que formam o índice: Habitação (-1,99% para -0,46%), Transportes (0,12% para 0,33%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,11% para 0,34%), Educação, Leitura e Recreação (0,02% para 0,17%), Alimentação (1,09% para 1,14%) e Vestuário (0,08% para 0,33%).
Já o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) registrou alta de 0,50% em dezembro, de 0,40% antes, o que também foi um fator de contenção para a desaceleração do IGP-DI. No ano passado a alta acumulada do INCC chegou a 6,54%.
O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.
(Por Fernando Cardoso)