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Homenagem em Paris lembra vítimas do atentado contra jornal Chalie Hebdo

07/01/2025 16h38

Jornal satírico, o Charlie Hebdo vinha sendo alvo de ameaças desde a publicação de caricaturas do profeta Maomé em 2006. Na manhã de 7 de janeiro de 2015, os irmãos Saïd e Chérif Kouachi invadiram a sede do veículo de imprensa e mataram 12 pessoas, dando início a uma série de atentados terroristas que marcou a França e o mundo.

Jornal satírico, o Charlie Hebdo vinha sendo alvo de ameaças desde a publicação de caricaturas do profeta Maomé em 2006. Na manhã de 7 de janeiro de 2015, os irmãos Saïd e Chérif Kouachi invadiram a sede do veículo de imprensa e mataram 12 pessoas, dando início a uma série de atentados terroristas que marcou a França e o mundo.

Familiares das vítimas e personalidades se reuniram no exato momento do ataque, às 11h30 (7h30 em Brasília), na rua Nicolas Appert, em Paris, onde o Charlie Hebdo tinha as suas instalações em 2015. Os nomes das vítimas foram lembrados no local, que recebeu coroas de flores e foi isolado pela polícia. Após o toque de sinos e de um minuto de silêncio, os presentes cantaram a Marselhesa, o hino nacional francês. 

De mãos cruzadas, o diretor do Charlie Hebdo, Riss, gravemente ferido no ataque, olhava longamente para a fachada, pensativo.

Estiveram presentes o presidente Emmanuel Macron, o ex-presidente François Hollande, em exercício na época dos atentados, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, o primeiro-ministro François Bayrou e vários membros atuais ou antigos do governo.

"A tristeza é a mesma, a emoção também", declarou François Molins, então procurador de Paris, ao canal France 2. "O espírito Charlie" "nunca me abandonou", garantiu Anne Hidalgo.

Emmanuel Macron conversou alguns minutos com as famílias, longe da imprensa.

"Solidariedade total"

A cerimônia dá início à uma série de homenagens, dez anos após ataques que afetaram a França em 2015, como os atentados de 13 de novembro na sala de espetáculos Bataclan, em bares parisienses e no estádio Stade de France.

De 7 a 9 de janeiro de 2015, os irmãos Chérif e Saïd Kouachi e Amedy Coulibaly visaram Charlie Hebdo, a polícia e a comunidade judaica, durante ataques "coordenados", embora reivindicados por duas entidades distintas, a Al-Qaeda e o grupo Estado Islâmico (EI), deixando um total de 17 mortos.

Doze pessoas, incluindo oito membros da equipe editorial do Charlie Hebdo, perderam a vida durante o ataque dos irmãos Kouachi. Após dois dias de rastreio, estes dois franceses de origem argelina, que tinham jurado fidelidade à Al-Qaeda, foram mortos pela polícia, numa gráfica onde tinham se refugiado.

Outros ataques nos arredores de Paris custaram a vida de um policial no dia seguinte em Montrouge, e depois de quatro pessoas em uma loja de produtos judaicos em Porte de Vincennes, em 9 de janeiro.

As cerimônias de terça-feira continuaram no Boulevard Richard Lenoir, onde o policial Ahmed Merabet foi morto a tiros pelos Kouachi enquanto eles fugiam. Depois em frente à loja Hyper Cacher, onde se repetiu o mesmo ritual com colocação de coroas e um minuto de silêncio.

Perto da loja, estrelas de David e a inscrição "Judeu" foram encontradas no domingo e na segunda-feira em edifícios em Saint-Mandé e Vincennes. A sinagoga de Rouen, no noroeste de França, foi alvo de mensagens antissemitas entre o final de dezembro e o início de janeiro.

"A sequência nunca terminou" e "a batalha contra este islamismo antissemita continua", reagiu o presidente do Crif (Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França) Yonathan Arfi.

O reitor da Grande Mesquita de Paris, Chems-eddine Hafiz, afirmou terça-feira a sua "total solidariedade" com as vítimas dos ataques de janeiro de 2015, que "não pode, de forma alguma, ser justificada pelo Islã", destacando o seu "apego inabalavelmente comprometido com a liberdade de expressão". 

Memorial do Terrorismo

O presidente Macron apelou na segunda-feira (6) para continuar a luta contra o terrorismo sem "trégua".

Na terça-feira, uma fonte próxima indicou que o presidente pretende manter o projeto Memorial do Terrorismo, um local de homenagem a todas as vítimas do terrorismo na França e no exterior.

(Com AFP)

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