Cavalos de secretário adjunto morto por guarda em Osasco são levados a velório
Dois cavalos do secretário adjunto de Osasco, morto nesta segunda-feira, 6, foram levados ao velório do servidor, que ocorre na prefeitura. Os animais, chamados de "Ventania" e "Casca de Bala", chegaram ao local no início da tarde. Adilson Custódio Moreira, de 53 anos, foi assassinado pelo guarda civil municipal Henrique Marival de Souza, de 46 anos, após reunião na sede da gestão municipal. O enterro está previsto para as 17 horas no Cemitério Bela Vista.
Funcionário público há mais de 25 anos e ex-guarda-civil municipal, Moreira estava na gestão havia oito anos. Ele foi Secretário de Segurança e Controle Urbano de Osasco entre 2018 e 2019, na administração do ex-prefeito Rogério Lins (Podemos). Seguiu na pasta como secretário adjunto e foi mantido no cargo pela atual administração, de Gerson Pessoa (Podemos).
Segundo Erivan Gomes, comandante da Guarda Civil Municipal de Osasco, uma mudança na escala de trabalho teria provocado um surto emocional no guarda civil. "Houve um descontentamento da parte dele por sair de uma função burocrática administrativa, que ele estava em uma escala de segunda a sexta, das 8h às 17h, e passaria a executar uma escala de 12 por 36 - trabalhar 12 horas e descansar 36", disse.
De acordo com o comandante, não havia histórico de desentendimentos entre o secretário e o guarda. "Ele nunca foi submetido a investigação, o que desencadeou foi na hora, no local. A gente não sabe o que tem de ordem familiar, financeira."
"Nós temos nossas questões pessoais. Penso que talvez ele tenha colocado na balança e desencadeou, ele teve esse start da ordem emocional e acabou cometendo essa tragédia."
Ele ainda alega que os relatos de que o guarda já teria apontado a arma para outro inspetor em uma reunião nunca foram investigados. "Isso é conversa de corredores, isso nunca foi de certa forma documentado." O comandante afirma que Henrique Marival de Souza trabalhava internamente e não fazia parte da equipe de segurança do prefeito, mas participou da campanha política.
Discussão após reunião
De acordo com o comandante, a reunião aconteceu entre o secretário e mais 12 a 14 guardas civis que seriam realocados de função. "Moreira não estava armado, até porque era o grupo (com o qual) ele já trabalhava e a conversa foi totalmente tranquila", disse Gomes.
Conforme a conversa avançou, os guardas foram saindo da sala, cientes de suas novas funções, e ficou apenas Sousa, que reclamou da mudança.
Segundo o comandante, Sousa disse que estava sozinho na sala com o secretário quando a conversa começou a ficar mais tensa. Os dois estavam sentados, um em frente ao outro. Ao perceber que não haveria um acordo, o secretário teria levantado da cadeira em que estava. Neste momento, Sousa agarrou a arma e efetuou os disparos. "Foram alguns tiros", disse o comandante, sem confirmar a quantidade.