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Banco suíço Julius Baer vende negócios no Brasil para BTG por R$615 milhões

07/01/2025 07h50

ZURIQUE (Reuters) - O Julius Baer anunciou nesta terça-feira que venderá seu negócio de gestão de patrimônio doméstico no Brasil ao Banco BTG Pactual, dias antes de Stefan Bollinger assumir como presidente-executivo do banco suíço, após um ano difícil para a companhia.

Segundo comunicado do Julius Baer, o acordo com o BTG, no valor de 615 milhões de reais, está previsto para ser fechado no primeiro trimestre de 2025. O banco disse que continuará a atender clientes brasileiros de outras localidades.

O negócio -- que tem escritórios em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro -- tinha 61 bilhões de reais em ativos sob gestão em 30 de novembro.

O dinheiro arrecadado com a venda acrescentará 30 pontos-base ao índice de capital CET1 do Julius Baer, acrescentou o Julius Baer.

Bollinger, que assume como presidente-executivo do Julius Baer na quinta-feira, foi nomeado em julho com o objetivo de ajudar o banco a superar um período difícil, no qual grandes perdas associadas a empréstimos ao falido grupo imobiliário Signa resultaram na demissão de seu antecessor.

Esse foi o mais recente episódio negativo para um banco que remonta a 1890, incluindo o pagamento de 80 milhões de dólares em 2021 em um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, após ser implicado em uma investigação de corrupção envolvendo a Fifa, entidade máxima do futebol.

O analista do Bank Vontobel, Andreas Venditti, questionou por que o Julius Baer está saindo do Brasil, um país que vinha sendo um dos mercados de foco do banco com sede em Zurique.

"O comunicado de imprensa menciona a necessidade de aprimorar ainda mais as capacidades de investimento e atualizar a tecnologia", disse Venditti. "Parece que o JB não estava disposto a fazer isso."

O analista da Luzerner Kantonalbank, Daniel Bosshard, avaliou a movimentação de forma mais favorável, dizendo: "A transação faz sentido estratégico e fortalece o índice de capital".

Analistas do Zurcher Kantonalbank ZKB disseram que gerenciar um importante mercado de crescimento de fora foi corajoso, mas demonstrou um foco na rentabilidade. "Assumimos que o novo CEO enfrentará tanto sucessos fáceis quanto desafios difíceis pela frente", afirmaram.

(Reportagem de John Revill)

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