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8/1: Lula reduz férias de ministros; STF e Congresso mandam substitutos

Lucas Borges Teixeira, Luccas Lucena e Victoria Bechara
do UOL

DO UOL, em Brasília e em São Paulo

07/01/2025 17h11Atualizada em 07/01/2025 20h28

O governo Lula promove nesta quarta-feira (8) atos para marcar o 8 de Janeiro com STF e Congresso enviando substitutos aos presidentes das Casas e ministros tendo férias reduzidas para garantir o comparecimento.

O que aconteceu

Estão previstos três atos no Planalto. O primeiro, às 9h30 da manhã, vai relançar 21 obras degradadas no 8 de Janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais. Depois da reinauguração das obras, haverá uma cerimônia prevista para 10h30, no Salão Nobre do Planalto. E na sequência um ato público com a presença de Lula.

STF enviará substituto. O ministro Edson Fachin vai representar o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes também vão participar.

Outros membros do Poder Judiciário vão ao ato. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, confirmou presença, além do presidente do Superior Militar (STM), Joseli Parente Camelo.

Líderes do Congresso Nacional foram convidados, mas não devem participar. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não deve comparecer, mas ainda não há confirmação. Ele não foi ao evento do ano passado, que marcou um ano dos atos golpistas. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), informou que está de férias no exterior. O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), primeiro vice-presidente, representará a Casa.

Lula cobrou presença de ministros e férias foram reduzidas. Estão confirmados na cerimônia os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Múcio Monteiro (Defesa) e Márcio Macêdo (Secretária Geral da Presidência). Além deles, Fernando Haddad (Fazenda), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Anielle Franco (Igualdade Racial), Simone Tebet (Planejamento), Nísia Trindade (Saúde) e Cida Gonçalves (Mulheres) interromperam as férias para participar.

Três comandantes das Forças Armadas estarão no evento: o general Tomás Paiva, do Exército, o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, da Marinha, e o tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno, da Aeronáutica.

Governadores são convidados, mas confirmados até o momento são petistas ou aliados. Estão previstas as participações dos governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), do Ceará, Elmano de Freitas (PT), do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT). Os vice-governadores Themistocles Filho (MDB) e Felipe Camarão (PT) vão representar o Piauí e o Maranhão, respectivamente. O estado do Tocantins enviará o secretário-chefe da Casa Civil, Deocleciano Gomes.

Governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), estão de férias e não vão comparecer. Fábio Mitidieri (PSD), de Sergipe, Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, Wanderlei Barbosa (Republicanos), do Tocantins, e Mauro Mendes (União Brasil), do Mato Grosso, alegaram ter outras agendas em seus respectivos estados. Os demais governadores não responderam até a publicação dessa reportagem.

Abraço da Democracia

Lula desce a rampa do Planalto para participar de um ato público, batizado de "Abraço da Democracia". Além dos representantes dos Três Poderes, também estão previstas as participações de movimentos sociais, militantes e apoiadores.

Governo teme o esvaziamento dos atos. Os partidos da base e movimentos, como MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e CUT (Central Única dos Trabalhadores), entraram em campo para convocar seus militantes e organizar caravanas até Brasília. Como o UOL mostrou, porém, a resposta não tem sido como a esperada e membros do governo já assumem que não deverá ter grande participação social.

Ato no Supremo

O STF também organizou uma cerimônia em memória dos atos golpistas. A partir das 14h, haverá uma roda de conversa com servidores que atuaram na limpeza e restauração da sede da Corte após a depredação do 8 de Janeiro. O ministro Edson Fachin abrirá o encontro e receberá obras de arte produzidas com destroços da invasão. Uma das peças, chamada de "Manto da Democracia", da artista Valéria Pena-Costa, simboliza a reconstrução da toga da ministra Rosa Weber, então presidente do Supremo.

Resposta bolsonarista

Advogados e familiares de presos pelos atos golpistas de 8 de Janeiro planejam uma live com oito horas de duração para esta quarta-feira. A transmissão foi divulgada com o título "08 de janeiro: dois anos de farsa". Participam parlamentares bolsonaristas como Bia Kicis (PL-DF), Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Eduardo Girão (Novo-CE).

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