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Justiça ordena reforço imediato na segurança após ataques a indígenas no Paraná

06/01/2025 12h46

BRASÍLIA (Reuters) - A Justiça Federal determinou que forças de segurança pública federais e estadual reforcem ações com o objetivo de ampliar a proteção contra as comunidades indígenas dos municípios paranaenses de Guaíra (PR) e Terra Roxa (PR), sobretudo na comunidade Yvy Okaju, informou o Ministério Público Federal (MPF) em comunicado nesta segunda-feira.

Na sexta-feira, quatro indígenas, incluindo uma criança, foram baleados em um ataque perto da cidade de Guaíra, disseram no sábado a Polícia Federal e uma organização que defende os direitos dos indígenas, em meio a uma escalada de violência na região.

Os disparos tiveram como alvo os Avá Guaranis, que vêm sofrendo ataques desde o dia 29 de dezembro no âmbito de disputas fundiárias, disse o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organização ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Uma criança de 4 anos foi atingida na perna e levada para um hospital na cidade de Toledo, juntamente com outras duas pessoas, uma também baleada na perna e a outra nas costas, disse o Cimi.

A organização afirmou que uma quarta pessoa, atingida no maxilar, foi levada para um hospital em Cascavel.

A decisão judicial exige, entre outras medidas, o aumento imediato do efetivo da Polícia Federal, Força Nacional e Polícia Militar na região, enquanto persistirem as ameaças à comunidade Yvy Okaju.

A decisão ressalta a importância de que as medidas sejam executadas de forma coordenada entre as forças de segurança envolvidas e integradas com a comunidade indígena, respeitando a autonomia, os saberes e a dignidade dos povos indígenas em seus territórios.

A polícia disse que já iniciou as investigações para apurar a autoria e responsabilidade criminal dos envolvidos. Forças federais, estaduais e municipais foram destacadas para ajudar a combater a violência na região, que historicamente é palco de conflitos pela terra.

Dois membros do povo Avá Guarani ficaram feridos nos últimos dias de 2024, afirmou o Cimi, um deles atingido por uma bala no braço.

O Ministério dos Povos Indígenas condenou a violência contra o povo Avá Guarani, dizendo que está conversando com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para a realização de uma investigação imediata sobre grupos armados que atuam na região.

(Reportagem de Ricardo Brito)

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