Guatemala se prepara para possíveis deportações em massa de Trump
A Guatemala prepara um plano para enfrentar as possíveis deportações em massa prometidas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomará posse em 20 de janeiro, informou um porta-voz do governo nesta segunda-feira (6).
"Estamos trabalhando em um plano específico" face à ameaça de expulsões em massa de migrantes nos Estados Unidos, afirmou o secretário de Comunicação da Presidência, Santiago Palomo, em coletiva de imprensa.
Autoridades do governo e o embaixador da Guatemala em Washington, Hugo Beteta, que está na Guatemala, realizarão "reuniões em torno deste tema, considerando a importância e prioridade que merece dar a devida atenção aos homens e mulheres guatemaltecos que vivem nos Estados Unidos", acrescentou Palomo.
Trump fez da narrativa anti-imigração o centro da sua bem-sucedida campanha eleitoral e prometeu deportações em massa desde o primeiro dia de mandato, embora sem fornecer detalhes sobre como o fará.
"Qualquer medida tomada será sempre em busca da dignidade destas pessoas, do respeito pelos seus direitos e também para poder garantir um retorno [à Guatemala] que cumpra os padrões internacionais", disse Palomo.
Ele acrescentou que nos próximos dias o governo do presidente social-democrata Bernardo Arévalo fará "anúncios importantes" sobre este plano.
Além disso, indicou que o governo Arévalo mantém uma "comunicação permanente" com "atores" dos partidos Republicano e Democrata dos Estados Unidos "para poder construir uma política externa que beneficie [...] os migrantes".
Arévalo mantém uma relação fluida com o governo democrata de Joe Biden.
O Ministério das Relações Exteriores da Guatemala estima que cerca de 2,7 milhões de guatemaltecos residam nos Estados Unidos, mas apenas 400 mil possuem documentos para trabalhar.
Em 2024, os Estados Unidos deportaram um recorde de 61.680 guatemaltecos.
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