Exército israelense pede a moradores das Colinas de Golã que entreguem armas
O Exército israelense realizou uma incursão nas Colinas de Golã e ordenou aos habitantes do território sírio, amplamente anexado por Israel, que entregassem suas armas, informou à AFP o prefeito de uma das localidades da região, que se reuniu com militares israelenses.
Mohammed Mazen Mreiwel, prefeito de Yabata al Jashab, afirmou que se encontrou três vezes com os militares a pedido deles, nos arredores da aldeia onde o Exército israelense está posicionado desde o mês passado.
Após a queda do presidente sírio Bashar al Assad, Israel tomou medidas para reforçar sua presença militar e civil nas Colinas de Golã, uma área parcialmente conquistada na guerra árabe-israelense de 1967 e anexada em dois terços por Israel em 1981.
Segundo o prefeito, "houve uma primeira reunião na qual disseram que queriam a entrega das armas em 48 horas".
Mreiwel explicou que "após o colapso do Exército sírio, foram encontradas armas em posições militares" abandonadas nas proximidades da aldeia, e que "a população local se apoderou dessas armas".
O prefeito esclareceu que o Exército israelense "estabeleceu um ponto onde as pessoas entregaram essas armas".
Na última reunião com o Exército israelense, realizada no domingo, "dissemos a eles que não tínhamos mais armas e que, se as tivéssemos, as entregaríamos ao governo sírio", afirmou.
Yabata al Jashab está localizada na zona de distensão estabelecida pela ONU, onde estão destacados os capacetes azuis. Atualmente, patrulhas israelenses circulam ocasionalmente pela localidade.
Na cidade vizinha de Baaz, assim chamada em homenagem ao partido que governou a Síria por mais de 60 anos, tanques israelenses foram posicionados no centro da localidade, conforme constatado por um jornalista da AFP.
A ONU considera que a ocupação israelense dessa zona desmilitarizada constitui uma "violação" do acordo de retirada firmado em 1974.
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