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Caso de soldado que deixou Brasil abala relação com Israel, diz professor

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/01/2025 18h22

O caso de um soldado israelense que deixou o Brasil após a Justiça ordenar uma investigação da Polícia Federal abala a relação entre os dois países e terá outras consequências, analisou o cientista político Leandro Consentino no UOL News deste domingo (5).

É todo um caso muito nebuloso ainda, muito estranho, mas sobretudo, que seja uma preocupação de como o Brasil vai tratar casos semelhantes em outras nacionalidades, em outros setores.

O que me preocupa, sobretudo nesse caso, são as consequências não só do relacionamento Brasil e Israel, que eu acho que sai machucado desse caso, mas também a repercussão para outros atores e outros casos semelhantes.

Vamos lembrar que essa decisão foi fundamentada no Estatuto de Roma, que o próprio presidente já fez um corpo mole ali de dizer, não sei muito bem se o Brasil é signatário, se o Brasil está envolvido ou não, por conta da questão do Putin.

Nós vamos abrigar agora na condição de presidente do BRICS, uma cúpula aqui no Brasil, e teremos outros atores envolvidos com outras coisas, inclusive os russos, inclusive o próprio Vladimir Putin, que já deu uma declaração que talvez não venha, mas que o presidente disse que se vier está garantido aqui. Será que o soldado israelense não estava garantido aqui, mas o presidente da Rússia está?
Leandro Consentino

"É preciso acabar com a politização das forças armadas no Brasil"

O cientista político avaliou também que é necessário acabar com a politização das forças armadas no Brasil para evitar mal entendidos como o do vídeo da Marinha que ironizava privilégios.

"A gente precisa acabar de uma vez por todas com a politização das forças armadas no Brasil. As forças armadas lamentavelmente sempre tiveram episódio de politização no Brasil desde que elas foram constituídas, desde o advento da república, mas a gente imaginava que isso já tinha sido pacificado no pós-88."

"Então a gente precisa adotar esse modelo, de uma vez por todas, para evitar esses mal entendidos, e não deixar que permanentemente setores das forças armadas coloquem uma 'saca' no pescoço das instituições, para dizer não, aqui não se mexe com esses privilégios. Se mexe sim, porque também são cidadãos do mesmo pacto federativo, do mesmo pacto constitucional que todos nós somos, e precisamos dar a nossa cota de sacrifício."
Leandro Consentino

Confira o comentário:

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