Chanceler alemão condena 'declarações erráticas' de Elon Musk
O chanceler alemão, Olaf Scholz, condenou as "declarações erráticas" de Elon Musk, bem como o apoio do bilionário americano ao partido de extrema direita AfD, em uma entrevista publicada neste sábado (4).
"Na Alemanha, tudo está acontecendo de acordo com a vontade dos cidadãos, e não de acordo com as declarações erráticas de um bilionário americano", disse o dirigente alemão à revista Stern, um mês e meio antes das eleições parlamentares antecipadas marcadas para 23 de fevereiro.
Scholz pediu calma diante dos comentários de Musk, que, conforme citado pela revista, chamou-lhe de "louco" no início de novembro e depois de "imbecil incompetente" em 20 de dezembro, antes de atacar o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, a quem chamou de "tirano".
O chanceler da Alemanha considera que o apoio de Musk ao AfD, "um partido que defende a aproximação com a Rússia de Putin e quer o enfraquecimento dos laços transatlânticos", é "muito mais problemático do que estes insultos".
"O presidente alemão não é um tirano antidemocrático e a Alemanha é uma democracia forte e estável, independentemente do que o senhor Musk diga", enfatizou Scholz na entrevista.
O partido Alternativa para a Alemanha (AfD), que está em segundo lugar (19% em média) nas pesquisas para as eleições parlamentares, atrás dos conservadores (cerca de 33%), reconheceu no jornal Der Spiegel na terça-feira que estava em contato regular com a equipe do magnata da tecnologia.
Musk, de 53 anos, participará de uma conversa com a líder do partido, Alice Weidel, em 9 de janeiro, no X.
Quando questionado pela revista Stern se planejava convidar o magnata para uma conversa, Scholz respondeu: "Não acho que você deva tentar obter favores do senhor Musk. Deixo isso para os outros".
O chanceler social-democrata disse que conheceu Musk em março de 2022, na inauguração da fábrica da Tesla em Brandemburgo, perto de Berlim, no "momento em que a AfD local estava protestando contra seu estabelecimento" nesta localidade.
A Alemanha se tornou um dos mais recentes alvos de ataque do bilionário americano na Europa, visto que busca projetar sua influência em benefício da extrema direita, sobretudo no Reino Unido, e também ataca a Comissão Europeia.
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